As críticas feitas, sobretudo por este Blog, à atitude do policial militar que prendeu um professor universitário, dentro de uma instituição de ensino em Vitória no último sábado (06/12), estão rendendo diversos comentários nas redes sociais. O professor foi preso e conduzido pelo policial e mais um cabo e um sargento ao Departamento de Polícia Judiciária de Vitória porque tentou impedir que o PM entrasse na sala de aula armado para fazer uma prova.
Os comentários, principalmente no facebook, tentam atingir o direito de um jornalista expressar sua opinião. Significa que um policial militar, quando tem sua atitude contestada pela imprensa, ele ganha todo o “direito” de se revoltar contra quem o critica.
Um dos comentários mais espantosos vem do 1º sargento Eduardo Damascena Filho, RG 114595, lotado na 5ª Companhia do 4º Batalhão da PM (Vila Velha). Ele, depois de atacar o jornalista Elimar Côrtes – titular deste Blog –, disparou sua “metralhadora” contra os professores:
“Já esta provado, que professores no Brasil, são merdas…só fazem política e mal feita: é só ver os jovens Brasileiros a merda que estão virando e está merda quem tem que limpar é a PM”, diz o sargento Eduardo Damascena no facebook.
Outro policial, Marco Antonio Machado De Souza Machado, que é do Rio de Janeiro, disse: “Tô cagando e andando para sua opinião seu Elimar. Queria que o PM entregasse a arma na mão de um mero professorsinho de curso a distância fala serio, seu Côrtes.”
Outro servidor público militar, no entanto, é mais tranquilo ao reconhecer o valor dos professores. É o caso de Alcy Belizário: “Estamos vivendo um momento tenso, entendo. Todos estão com os nervos a flor da pele, no entanto não devemos tratar o “Professor” como uma pessoa qualquer, pois, se encontramos hoje na posição de destaque na Polícia Militar, quer seja Oficial ou Praça, devemos tudo a Deus em primeiro lugar, a nossa família e aos professores. Obrigado, não vamos esquecer o nosso foco “Salário Digno”. NÓS SOMOS UM SUCESSO.”
Outro policial militar, que está há quase 25 anos na PM, afirma que tem “duas irmãs Professoras a quem tenho admiração e respeito por elas e pela profissão de Professor”. Porém, faz uma ponderação: “Muitos PMs para poderem estudar, muitas vezes saem do serviço e não tem tempo de ir até sua residência e trocar de roupa para ir a Faculdade. Se ele deixar a sua arma em lugar não adequado e seguro e acontecer da sua arma ser extraviada, as sanções disciplinares a ele aplicadas são extremamente severas. Além de pagar a arma ele responderá a um procedimento administrativo e ainda responderá na Justiça Militar por Crime de Natureza propriamente Militar. Portanto como pode-se observar, é complicado para o PM deixar a arma dele em qualquer lugar…”
O sargento Eduardo Damascena xinga, portanto, os professores. Será que ele sabe que na PMES há centenas de professores, dos praças a oficiais? Será que ele sabe que quem o ensinou a ser um soldado e agora um sargento foram os professores (instrutores) da Polícia Militar? Será que esses também são “uns merdas” como diz o sargento Eduardo Damascena? De prontidão, eu respondo: claro que não.