O fim da intervenção na Diretoria de Saúde da Polícia Militar do Espírito Santo trouxe boas notícias para a corporação e à população. A primeira é que o Hospital da Polícia Militar (HPM), situado em Bento Ferreira, Vitória, vai permanecer sendo administrado pela PM. A segunda é que está sendo preparada a realização de um concurso público para contratação de médicos, dentistas, enfermeiros e sargentos especializados em enfermagem. Ao todo, deverão ser abertas 103 vagas.
A Diretoria de Saúde da PM engloba cinco centros: HPM, Policlínica, Farmacêutico/Bioquímico, Odontológico e Apoio Administrativo. Todos esses setores se reportam ao diretor de Saúde e estão instalados em Bento Ferreira, no mesmo complexo onde fica o HPM.
Em 8 de junho deste ano, este blog havia informado com exclusividade o fim da intervenção no HPM. De lá para cá, os oficiais responsáveis pela intervenção elaboraram um vasto relatório com inúmeras propostas de melhoria em toda DS, que acaba de incorporar a Diretoria de Promoção Social da PM. À frente do grupo de interventores esteve o corregedor geral da PM, coronel Marcos Tadeu Celante Weolffe.
Assim, a unidade passa a se chamar Diretoria de Saúde e Promoção Social (DSPS) e seu novo comandante é o coronel Ribeiro, do Quadro de Oficiais Combatentes (QOC).
“Esta é a primeira mudança sugerida pelo grupo de interventores. Colocamos na direção da DSPS um coronel com o perfil desejado pelo Comando Geral, que é o de administrador. Porém, nada impedirá, mais adiante, que a DSPS volte a ser dirigida por um coronel dos quadros de saúde, como um médico, um bioquímico, dentista ou farmacêutico”, afirmou o comandante geral da Polícia Militar, coronel Edmilson dos Santos, em entrevista exclusiva ao Blog do Elimar Côrtes.
A realização de concurso para contratação de profissionais para a área de saúde da Polícia Militar foi mais uma das propostas dos interventores. “A proposta de completar os quadros na área de saúde tem anuência do secretário de Segurança, André Garcia, e do governador Renato Casagrande”, afirmou o comandante Edmilson dos Santos.
“A intenção é fecharmos os claros existentes. Há 20 anos não é realizado concurso público para preenchimento dos quadros da Diretoria de Saúde. Mostramos ao governador e ao secretário de Segurança que sai mais barato para o Estado a realização do concurso, em vez de contratação temporária”, disse o comandante geral da PM.
Segundo o coronel Edmilson dos Santos, o número de vagas existentes nos quadros de saúde é o seguinte: 50 médicos; seis bioquímicos; 15 dentistas; dois médicos-veterinários; cinco enfermeiros; e 25 praças especializados (sargentos).
O comandante informou que, com exceção dos praças especializados, os demais candidatos que se inscreverem para o concurso sairão tenentes da Academia. Neste caso, seriam tenentes-médicos, tenentes-bioquímicos, tenentes-dentistas e tenentes-enfermeiros. No caso de praças, o candidato concorrerá à patente de sargento.
“Ninguém entra como coronel em nenhuma Polícia Militar. O médico entra como tenente, após passar pela academia, e somente será promovido com o tempo, de acordo com que determina nossa legislação. Aliás, a tendência é que haja uma redução de coronéis na Diretoria de Saúde”, explicou o comandante Edmilson dos Santos,
O quadro de Detalhamento da Diretoria de Saúde também passará por reformulação. O convênio da PM com a Secretaria de Estado da Saúde para que parte da área onde está o HPM fosse destinada ao Hospital São Lucas – cuja sede está em ampliação, no Forte São João – se encerra em 2014. Está sendo analisado, após o fim do convênio, a ampliação do HPM, “para aumentar o atendimento à população em geral”, disse o comandante Edmilson dos Santos.
Por sugestão do grupo de interventores já foram iniciadas também obras de manutenção em todas os prédios onde fica a Diretoria de Saúde: “Já iniciamos reparos nas instalações hidráulicas, elétricas e na rede de informática”, disse o comandante Edmilson.
A intervenção na Diretoria de Saúde foi decidida pelo governador Renato Casagrande depois de tomar conhecimento que no HPM parte dos profissionais médicos estaria acumulando funções em outros hospitais, clínicas e consultórios particulares no mesmo horário em que deveriam estar trabalhando para a PM:
“Nossos oficiais, responsáveis pela intervenção, concluíram que esta prática não se configurava. O que se verificou foi falha de gestão. Por isso, os interventores concluíram pela necessidade de se ter uma carga horária de acordo com que determina a lei. Depois dessa mudança proposta pelos interventores, o HPM aumentou em 30% o número de atendimento. Foi criada, inclusive, uma carga horária denominada de sobreaviso, que é normal em qualquer hospital, seja ele público ou privado”, explicou o coronel Edmilson dos Santos.
“Devemos levar em conta que o HPM tem toda uma característica militar, mas os oficiais médicos também são regidos pelas leis que amparam os profissionais da área de saúde em todos os aspectos. Portanto, todas mudanças foram feitas dentro de um equilíbrio de modo que o HPM possa melhorar cada vez mais o atendimento. Posso garantir que o HPM é um hospital do povo. Hoje, ele atende mais os civis (cidadãos comuns) do que militares”, acrescentou o comandante Edmilson dos Santos.
O comandante geral da PM se reúne constantemente com médicos-oficiais da Diretoria de Saúde, que vêm elaborando uma série de projetos – desde a diretoria antiga – que visam a melhoria da unidade: “Os médicos têm projetos importantes para o crescimento de toda Diretoria de Saúde e, em especial, o atendimento no HPM. Eles têm me apresentado propostas, que estão em estudo”, concluiu o coronel Edmilson dos Santos.