Um grupo de familiares de policiais militares protestou, na manhã desta segunda-feira (21/10), na porta do Quartel do 9º Batalhão da Polícia Militar, localizado em Cachoeiro de Itapemirim, Sul do Estado. Eram pais, mães, mulheres, irmãos e filhos de militares, que bloquearam a entrada do batalhão, impedindo a saída de viaturas na chamada rendição de serviço. A cidade de Cachoeiro ficou praticamente sem policiamento por cerca de uma hora e meia.
Segundo a TV Gazeta Sul, um dos participantes disse que é uma atitude “diante do descaso do governo do Estado em não divulgar os índices de realinhamento salarial prometido a mais de um ano.” A iniciativa partiu dos próprios familiares, pois os militares são vedados o direito de protestar, podendo inclusive ser punidos por isso. Nenhuma entidade de classe dos militares estaduais teve participação na manifestação, que foi pacífica.
“Estamos aqui porque nossos policiais são amordaçados por um regulamento que os massacra. Estamos defendendo a honra e a dignidade dos policiais que arriscam suas vidas e em troca recebem desprezo do governador Renato Casagrande”, disse a esposa de policial militar.
Um dos líderes dos militares, o ex-deputado federal Capitão Assumção, presente na manifestação, conversou com o comandante do 9º Batalhão, tenente-coronel Alessandro Marin, e garantiu que o protesto não é direcionado ao comando do Batalhão, “mas é um modo de chamar atenção do governo e da população para a situação por que passam os policiais que estão há oito anos sem aumento salarial”.
Após uma hora e meia de protesto os manifestantes começaram a liberar as viaturas para assumissem o serviço de policiamento da cidade. “Não estamos aqui para prejudicar a população, queremos que o governo trate nossos policiais com mais respeito”, informou um irmão de policial militar.
Os manifestantes fizeram um corredor por onde as viatura foram liberadas, ao passarem pelo corredor os policiais militares eram saudados com palmas e gritos de incentivo.
Ao final, os policiais militares de dentro do batalhão aplaudiram os manifestantes que de forma ordeira fecharam a entrada do batalhão por cerca de 1 hora e meia. Alguns gritavam: “Obrigado por lutarem por nós”.
O governo do Estado havia prometido para junho do ano passado o anúncio do reajuste nas tabelas de subsídios dos policiais e bombeiros militares. Voltou a discutir o assunto este ano com as entidades de classe, mas nenhum sinal de aumento.