O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Espírito Santo (Sindelpo) está parabenizando o trabalho do Grupo de Operações Táticas (GOT) que, em maio deste ano, deu início à intitulada “Operação Piedade”, que teve origem a partir de denúncias de moradores do Morro da Piedade, no Centro de Vitória, sobre a onda de terror que estavam sendo submetidos pelos traficantes locais. Foi um trabalho “integrado impecável, exemplar e reverencial dentro da instituição”, conforme define o presidente do Sindelpo, delegado Rodolto Queiroz Laterza.
Eram comuns os relatos de agressão das pessoas que ali viviam pelos criminosos que comandavam as quadrilhas. Os abusos eram praticados contra aqueles que não se mostravam coniventes com a atividade criminosa, o que criou um cenário de barbárie, em que os moradores procuraram diversos órgãos para relatar as cenas de violência, sem que houvesse a resposta desejada. Assim, iniciou-se uma rigorosa apuração para que fossem identificados e capturados os principais criminosos que atuavam naquela área.
Diante disso, diversas incursões foram promovidas no Morro da Piedade – que sempre foi uma comunidade pacata e local de moradia de cidadãos de bem –, oportunidade em que um específico e minucioso trabalho de Inteligência se efetivou, mediante filmagens e fotos de todos os becos, vielas e ruas da comunidade. Através da obtenção de provas firmes, obtidas com essas diligências, representou-se pelo deferimento de mandados de prisão e de busca e apreensão dos integrantes da quadrilha devidamente identificados.
Com a decretação das medidas cautelares pugnadas, efetivou-se a prisão de 12 integrantes da quadrilha, com apreensão de duas armas, três veículos utilizados na atividade criminosa, farta quantidade dedinheiro e 65 quilos de maconha. Além disso, com essas prisões, obteve-se a elucidação de alguns homicídios, que estão em fase de apuração na Delegacia de Crimes contra a Vida de Vitória, uma vez que os assassinatos foram consumados devido à guerra do tráfico de drogas que ocorre nos morros do centro de Vitória.
O êxito desta operação logrou um profundo reconhecimento por parte dos moradores daquela comunidade, que agradeceram pelo brilhante trabalho realizado, inclusive ressaltando a pacificação resultante naquela localidade.
A integração entre ambas unidades emergiu em setembro de 2012, na denominada operação “Cerol”, que visava identificar e capturar os integrantes da quadrilha de Itamar Martins Falcão, que figurava na lista dos 10 bandidos mais procurados do Espírito Santo e que agia no bairro Industrial, em Cariacica.
Durante essa operação, que durou cinco meses, foram presos seis pessoas da quadrilha (inclusive o principal alvo, Itamar) e apreendidos seis armas, dois veículos, além de considerável quantidade de dinheiro.
Já na operação “Revenge”, que se iniciou em janeiro de 2013 e com duração de quatro meses, realizou-se outro trabalho de investigação e Inteligência para identificar e capturar os integrantes da quadrilha de Marcelo José Furtado, vulgo “Marcelinho”, que também figurava na lista dos 10 bandidos mais procurados do Estado e que agia no bairro Soteco, em Viana. Nesta ação, foram presas 11 pessoas (inclusive o próprio Marcelinho) e apreendidos sete armas, um colete balístico, dois carros, além de drogas, dinheiro e equipamentos eletrônicos.
“O Sindelpo vem a público para mostrar à sociedade que o GRUPO DE OPERAÇÕES TÁTICAS (GOT), grandiosamente comandado pelo vocacionado e qualificado delegado de Polícia Eduardo Khaddour, é integrado à Polícia Civil do Estado do Espírito Santo, ao contrário das imprecisas veiculações ocorridas em setores da mídia. Temos muito orgulho do notável trabalho desenvolvido por nosso Grupo de Operações Táticas, cujo patamar de preparo e qualificação é crescente e visivelmente reconhecido na condução e apoio nas operações mais emblemáticas da Polícia Civil do Estado do Espírito Santo”, disse o presidente do Sindelpo, delegado Rodolfo Laterza.
O dirigente do Sindelpo mostra-se, porém, preocupado com o fato de a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) ter criado o DOT, que usa, segundo Rodolfo Laterza, insígnias e viaturas similares ao GOT da Policia Civil:
“Gostaria de destacar a estranheza compartilhada em toda sociedade capixaba por uma similaridade nominal adotada por parte de grupos de escolta da Secretaria de Justiça, que se intitulam ‘DOT’, com insígnias e viaturas similares ao nosso grupo tático, sem qualquer atribuição policial judiciária, o que vem a confundir a população e está criando sérios embaraços à integridade de nosso grupamento especial. Que adotem outra nomenclatura, até por homenagem à originalidade.”