Em artigo publicado
na edição de segunda-feira (02/09) do jornal carioca O Globo, o governador
Renato Casagrande cometeu uma falha. Esqueceu que foi no governo anterior ao de
seu antecessor, Paulo Hartung, que o Estado conheceu, pela primeira vez,
um programa de segurança pública, que
foi o Pro-Pas (Programa de Planejamento
de Ações de Segurança Pública), idealizado por um grupo de jovens oficiais da
Polícia Militar, delegados de Polícia Civil e professores da Universidade
Federal do Espírito Santo (Ufes).
intitulado “Uma questão de prioridade política”, Casagrande destaca os avanços
obtidos desde a implantação do programa “Estado Presente”, em 2011, e deixa
claro que “durante muito tempo a segurança pública esteve longe de ser
prioridade no Espírito Santo”. É neste ponto que reside a falha.
lançado no final de 1999, o Pro-Pas se transformou, efetivamente, no primeiro
programa de segurança pública capixaba. Ganhou visibilidade nas ruas com a
instalação dos chamados módulos de corredores de segurança em toda a Grande
Vitória e em diversos municípios do interior.
anos de atuação do Pro-Pas a população capixaba tinha sensação de segurança,
porque, mesmo com efetivo reduzido, a Polícia Militar estava sempre nas ruas.
Renato Casagrande não diz em seu artigo, mas foi por decisão equivocada de seu
antecessor, Paulo Hartung, e do todo poderoso secretário da Segurança Pública
na era hartunguista, Rodney Miranda – delegado federal licenciado e atual
prefeito de Vila Velha –, que o Pro-Pas foi extinto e os módulos de segurança
foram destruídos. O Estado passou oito anos sem uma política competente de segurança
pública. Era tudo feito de improviso, em que Rodney Miranda ia às ruas atrás de
“bandidos”.
Justiça,
porém, seja feita. A partir da chegada de Renato Casagrande ao poder, o Espírito Santo voltou a ter nova política de
segurança pública, que é o “Estado Presente”, que traz propostas mais ousadas (e,
em alguns casos, até mesmo idênticas) do que as fixadas pelo Pro-Pas – até
porque os tempos são outros e as necessidades também. Os resultados obtidos com
o “Estado Presente” são visíveis, conforme enaltece o governador em seu artigo:
primeiro semestre de 2011, colocamos em operação o programa Estado Presente
(…) um modelo avançado de gestão transversal na administração pública, que
integra e articula os diferentes órgãos…Em 2014, pela primeira vez na
história, teremos o efetivo policial completo”.
Em todos outros aspectos
do artigo “Uma questão de prioridade política”, entretanto, o governador Renato
Casagrande está coberto de razão. No que diz respeito à segurança pública, o
governo capixaba, enfim, começa a arrumar a casa.