“Utilizo-me desse espaço para dizer a minha posição sobre as reivindicações da nossa categoria no Espírito Santo e corrigir algumas distorções sobre pensamentos que não são verdades já que ultimamente estou recebendo algumas mensagens em minha página do Facebook cobrando de mim um posicionamento junto ao governador (Renato Casagrande/PSB) para que angariemos as conquistas pleiteadas usando como argumento uma suposta influência que, garanto, não possuo.
Estou junto com a minha categoria para o que for deliberado. Talvez, por ser do mesmo partido que o governador, possa dar uma impressão de proximidade ou de amplo espaço político. Se isso hoje existisse, provavelmente eu seria, pelo menos, o Secretário de Segurança Pública. Ou, se eu tivesse grande influência para expressar o que a nossa categoria precisa (do soldado ao coronel) com certeza estaria exercendo esse papel a pedido dele.
Isso nunca aconteceu. Nunca fui convidado pelo governador para participar desse canal de interlocução. A única vez em que isso aconteceu foi na semana passada em que fui ao Palácio e fui recebido pela Chefe de Gabinete e passamos três horas conversando sobre as insatisfações da categoria e do risco que o Espírito Santo sofre hoje se acaso for deliberada uma paralisação.
Não tenho mandato e nem me foi dado espaço para peticionar em favor da categoria. Mas entre o governo do partido que represento e a categoria dos meus companheiros, sempre optarei pela segunda opção.
Dois oficiais superiores, um da PMES e outro do CBMES, me interpelaram dizendo que eu deveria estar à frente dessas negociações e que queriam saber da minha posição no dia 15 de fevereiro.
Pois bem, se as negociações estão prosseguindo entre as associações (quer queiramos ou não, elas nos representam) e o Comandante Geral, com toda a certeza eu ficaria muito honrado em estar podendo participar dessas negociações também. Nunca fui chamado para nada.
Chamem do que quiser, ostracismo, isolamento, sei lá. Mas acontece que simplesmente não tenho esse espaço que alguns acreditam. Em todos os eventos da PM e CB em que participei foi porque descobri nos sites oficiais das corporações. Não foi a pedido do governador.
Relembrando aos companheiros de formação: desde a época da escola de formação os companheiros devam conhecer a minha opinião sobre os movimentos reivindicatórios. Mas é bom relembrar aqui, mesmo que muitos não gostem: sempre fui a favor de, diante das intransigências de governos com a categoria, que nós paralisássemos os nossos serviços, mantendo o mínimo necessário para a sociedade capixaba não ser penalizada, até que as nossas petições, justas, fossem atendidas.
Nunca mudei de opinião. Mas sei também que devo me submeter ao que a assembleia geral unificada deliberar. E estou me encaminhando para o Caxias, no dia 15, com esse objetivo. É importante que os oficiais, que estão no comandamento dos efetivos, abracem a causa, mesmo que se opte pela decisão mais traumática.
Se a PMES e o CBMES parar eu quero ser o primeiro a estar à frente. E aí vou cobrar dos que tecem seus pensamentos tendenciosos para que também o façam. E não venham retaliar nossos companheiros corajosos com prisões e expulsões covardes.
Reafirmo aqui a minha posição quanto a alguns temas anacrônicos das Corporações:
1.) Sou a favor da carreira única. Um dia viverei a quebra desse paradigma. Isso é separação. Inadmissível.
2.) Fim do TAF para se almejar uma promoção. TAF é para recondicionamento físico, simplesmente. Grande anacronismo.
3.) Descentralização das atividades de formação e aperfeiçoamento nas Unidades regionais do ES. Os nossos companheiros estão gastando o que não têm para deslocamento e hospedagem na capital em busca da tão almejada promoção.
4.) Promoção por tempo de serviço dentro das vagas, como ocorre com os oficiais.
5.) Retorno aos 30 anos de serviço para homens e para as policiais femininos, adequação ao tempo de 25.
6.) E o principal do anacronismo: fim do militarismo na atividade policial.
Não posso ser responsabilizado por ser do mesmo partido do governador e ele não querer atender às nossas reivindicações. Se o governador vestiu a camisa da PEC 300 e não quer nos dar a referência 17, o que me torna responsável pela sua atitude dúbia? Se ele não acena com isso, vamos às ruas mostrar as nossas insatisfações. Estou com a categoria.
Dia 15 conto com a presença de grande parte dos bombeiros e policiais capixabas e suas famílias para juntos decidirmos o que for melhor para todos.
‘Todo reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá.
Capitão Assumção”.
Artigo extraído do site http://www.capitaoassumcao.com/