A Corregedoria Geral da Polícia Militar acaba de enviar à Auditoria da Justiça Militar a conclusão de um Inquérito Policial Militar (IPM) contra um soldado acusado de assédio sexual contra uma aluna soldado durante policiamento no Centro de Vitória. Na hora do crime, o policial militar estava fardado e armado e tentou abraçar a moça, além de falar palavrões para ela.
O IPM concluiu que no dia 9 de janeiro de 2010 o soldado teria assediado sexualmente uma militar durante o serviço. Segundo o IPM, o soldado estava escalado em um serviço de policiamento ostensivo, juntamente com dois alunos soldados – uma moça e um rapaz –, que na época faziam o Curso de Formação de Soldados no Centro de Formação e Aperfeiçoamento da PM, em Cariacica. Os dois alunos soldados estavam no período de estágio operacional. Hoje, eles já são soldados.
Em determinado momento daquele dia 9 de janeiro de 2010, o soldado teria feito vários comentários de conotação sexual para a moça, passando a assediar sexualmente a aluna soldado.
Segundo a moça declarou na Corregedoria Geral da PM, o soldado teria feito “vários comentários depreciativos sobre as policiais femininas”. Também passou “a assediá-la e tentar abraçá-la por algumas vezes, mesmo não sendo correspondido pela militar”.
O soldado acusado do crime alega que teria sido mal interpretado, já que é considerado “muito brincalhão pelos colegas”. Entretanto, o outro aluno soldado, que acompanha a equipe no policiamento, como principal testemunha dos fatos, declarou que “a situação ocorrera conforme narrou a aluna soldado”.
Mais de um ano depois do crime – a solução do caso saiu no dia 12 de novembro de 2011 –, a Corregedoria entendeu que há indícios da prática de crime comum e de transgressão disciplinar a ser imputado ao soldado acusado de assédio sexual. O soldado também está sendo indiciado e denunciado à Justiça Militar por
ter deixado de cumprir “missão que lhe foi confiada, ao permanecer no interior de seu veículo, durante turno de serviço”.
Denúncias de assédio sexual dentro da Polícia Militar capixaba aos poucos têm se tornado pública. Um tenente-coronel já responde na Justiça Militar pela acusação de assédio sexual contra uma soldado. O mesmo oficial responde a um IPM por assédio sexual contra uma tenente. Mesmo assim, ele continua trabalhando normalmente.