O coronel Anselmo Lima não é mais o comandante geral da Polícia Militar do Espírito Santo. De tanto pedir, ele acabou sendo exonerado do cargo pelo governador Renato Casagrande, até mesmo antes do tempo, e vai ser substituído pelo coronel Ronalt Willian de Oliveira.
Anselmo ficou à frente da Corporação apenas por nove meses. Durante esse tempo, teve uma gestão marcada pela instabilidade. Em junho deste ano, conforme o Blog do Elimar Côrtes havia informado, Anselmo Lima chegou a colocar o cargo à disposição, por causa de problemas de relacionamento com o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Henrique Herkenhoff.
Casagrande pediu para que ele “segurasse a onda” até o final do ano. O comandante, entretanto, não agüentou mais a pressão feita de dentro do próprio quartel, realizada por próprios colegas de farda, e pediu para sair.
Nos últimos dias, no entanto, o coronel Anselmo Lima vinha tomando posições mais firmes na corporação. Expulsou cinco militares de uma vez só e ainda assinou portaria impedindo que oficiais acusados de crimes fossem promovidos.
O secretário de Estado da Segurança Pública, Henrique Herkenhoff, explicou que os motivos que levaram Anselmo Lima a deixar o cargo são de ordem pessoal e envolvem a distância que ele estava da família, que mora em Alegre, no Sul do Estado.
O coronel Willian, 49 anos, está na PM há 28 anos e, atualmente, é comandante da Polícia Ostensiva Metropolitana, responsável por todos os Batalhões da Polícia Militar localizados na Região Metropolitana.
Willian é um oficial que já vinha se preparando para assumir o cargo: “Na verdade, sempre me preparei para ser comandante. É uma continuidade e um reconhecimento do meu trabalho na PM. É um sonho se realizando”, contou ele em entrevista ao jornal A Gazeta.
Além do comando do Policiamento Ostensivo da Região Metropolitana, o coronel já esteve à frente do Batalhão de Polícia Militar Ambiental; do 7º Batalhão (Cariacica e Viana); foi relações públicas da PM; e é chefe da equipe de Hipismo Clássico da Corporação.
A troca no comando da Polícia Militar será realizada na segunda-feira , às 19 horas, no Quartel de Maruípe, em Vitória. “Vamos continuar trabalhando para estreitar os laços com a comunidade. A intenção é buscar sempre a sensação de segurança para a população”, explicou Ronalt Willian.
Ao escolher o nome do coronel Ronalt Willian, o governador Renato Casagrande ignora a movimentação de bastidores que um grupo de coronéis que mandaram na PMES no tempo de Paulo Hartung vinha fazendo.
Eles, que indicaram Anselmo Lima para o cargo de comandante – por intermédio de Paulo Hartung –, já estavam atuando na “planície” para a derrubada de Anselmo. Para o lugar, queriam indicar outro nome.
Casagrande, pelo jeito, nem deu ouvidos e sacramentou Ronalt Willian, que já era mesmo um dos nomes cotados para o cargo em outubro de 2010, quando o então governador Paulo Hartung conseguiu emplacar no governo de seu sucessor Casagrande mais um nome para o primeiro escalão, que foi o de Anselmo Lima. Desta vez, Renato Casagrande agiu por conta própria. Menos mal!
O coronel Ronalt Willian é um nome que une a tropa. Diferente de seu antecessor, tem experiência em comando e pode reverter a atual situação de crítica à falta de policiamento nas ruas da Grande Vitória. O coronel Willian, assim como o próprio Anselmo Lima, é querido entre os praças.