O governo do Estado divulgou nesta sexta-feira (30/10) o resultado de uma pesquisa que mostra que 63% das pessoas entrevistadas na Grande Vitória não foram vítimas de violência nos últimos cinco anos.
Trata-se, segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), da 1ª Pesquisa de Vitimização da Grande Vitória, realizada em parceria com as prefeituras de Cariacica, Viana, Vila Velha, Vitória e Serra.
De acordo com a assessoria de imprensa da Sesp, o secretário da Segurança, Rodney Miranda, entende que o investimento em uma pesquisa desse porte é inestimável, uma vez que é possível ter a ideia da percepção da população em relação à criminalidade.
“Essa pesquisa será útil para o Estado e para os municípios na elaboração de políticas públicas de segurança, baseada em dados reais e concretos”, disse Rodney Miranda.
A pesquisa foi executada pelo Núcleo de Estudos Indiciários (NEI), vinculado ao Programa de pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Durante o trabalho de campo, realizado entre agosto de 2008 e janeiro de 2009, foram visitados 5.244 domicílios dos municípios da Região da Grande Vitória.
De acordo com a coordenadora do Núcleo de Estudos Indiciários e também coordenadora da pesquisa, professora doutora Márcia Rodrigues, o maior resultado da pesquisa é a demonstração de que a sensação de insegurança é superior ao aumento da criminalidade em si.
A pesquisa avaliou em sua totalidade os seguintes tipos de crimes: corrupção, furto, assalto, furto de veículos, arrombamento seguido de furto, ameaça verbal, assédio moral, discriminação social ou racial, agressão física, assédio sexual, tentativa de estupro, estupro ou atentado violento ao pudor, e tentativa de homicídio, e sequestro relâmpago.
De acordo com o resultado da pesquisa, os principais crimes ocorridos no período de cinco anos foram:
1 – Furto corresponde a 16%, sendo proporcional entre os municípios;
2 – Assalto corresponde a 11,2%, sendo proporcional entre os municípios;
3 – Ameaça verbal, que corresponde a 7,8%, sendo proporcional entre os municípios;
4 – Corrupção, que corresponde a 7,0%, sendo proporcional entre os municípios.;
Segundo a assessoria de imprensa da Sesp, o crime de homicídio é objeto de outra pesquisa, que não a de vitimização, visto que o objetivo da pesquisa de vitimização é avaliar os crimes não notificados por suas vitimas.
É baixo o percentual de notificações, para a maioria dos crimes. Esse panorama sofre alterações em relação aos crimes de furto de veículos, arrombamento seguido de furto e assalto, onde o percentual de notificação é maior que 40%, sendo que o furto de veículos é o crime mais notificado pelas vítimas: 84%.
Os principais crimes não notificados foram: corrupção (97,7), furto (75,5), assédio moral, discriminação social ou racial (93,6%) e assédio sexual (94,8%).
As principais justificativas para não notificação apresentadas pelas vítimas foram: considerar perda de tempo; por resolver o problema diretamente com o agressor, e considerar que dano foi pequeno, não merecendo ser notificado.
Quanto à escolaridade, a maioria das vítimas tem 2º grau completo. Não há uma faixa específica de idade para todos os tipos de crimes, estando pulverizados entre a população entre 14 e 44 anos. Contudo, nos crimes de corrupção e furto de veículo há uma maior concentração entre vítimas com idades entre 24 e 44 anos.
Da mesma forma, não há uma faixa de renda mais atingida pela criminalidade e não há uma faixa exclusiva por crime.
As mulheres são as maiores vítimas nos crimes de assédio sexual (70,4%); arrombamento seguido de furto (56,1%); tentativa de homicídio e ameaça verbal (51,6%).
Homens são principais vítimas nos furtos de veículos (66,0%); corrupção (55,8%); assalto (53,7%) e furto (53,2%).
Os agressores são em sua maioria homens, em todos os crimes, possuindo apenas uma maior incidência de mulheres agressoras nos crimes de assédio moral, discriminação social e racial.