A Justiça, com certeza, vai rever a decisão tomada por um juízo de primeira instância que determina volta do policial militar Geraldo Antônio da Piedade aos quadros da PM. A decisão é uma derrota para a sociedade, que sempre cobrou ação mais enérgica contra acusados de crimes.
Condenado a 79 anos por sua participação em pelo menos cinco assassinatos, Piedade ganhou, por conta da decisão do juiz Rodrigo Ferreira Miranda, da Vara da Fazenda Estadual da Serra, o direito de voltar aos quadros da Polícia Militar.
Em mais: ganhou também o direito a receber salários e uma indenização de mais de R$ 200 mil. Piedade encontra-se preso na carceragem do Quartel do Comando Geral da PM, em Maruípe.
Ao longo dos últimos anos, o comando da PM vem travando uma luta com poderes judiciais de todas as esferas. A corporação abre inquéritos contra policiais acusados de crimes, envia à Justiça Militar ou à Justiça Comum e depois consegue a expulsão desses mesmos militares. Porém, como tempo, muito deles conquistam na Justiça o direito de retornar aos quadros da PM:
“A volta de policiais condenados de crimes é uma vergonha para a corporação. Muitos deles voltam com muito mais força para cometer novos delitos”, costuma dizer um coronel da ativa.
A Procuradoria Geral do Estado e o Ministério Público vão recorrer da decisão do juiz Rodrigo Miranda. E, com certeza, a Justiça, em decisão posterior, tomará a sabia resolução de manter a expulsão de Piedade.