Em postagem no dia 24 de março último, o Blog do Elimar Côrtes informou com exclusividade que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria sido pressionado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (Democratas), a recuar em seu negacionismo em relação à Covid-19 e passar a apoiar a vacinação em massa contra a doença no Brasil. O temor dos americanos era (e ainda é) de que, por conta da incapacidade do Governo brasileiro – com exceção dos Estados e Municípios –, novas variantes do coronavírus surgidas no Brasil nas últimas semanas possam invadir outros países.
Pois bem. Na sexta-feira (02/04), o jornal norte-americano The Washington Post publicou editoriale, que expõe a preocupação da sociedade dos Estados Unidos com a situação do Brasil, afirmando que o presidente Jair Bolsonaro pode estar “mirando a democracia” e preparando um golpe político contra “os legisladores e eleitores que poderiam removê-lo do cargo”. O jornal também o negacionismo de Bolsonaro e a sua incapacidade de administrar a crise provocada pela pandemia da Covid-19.
O editorial afirma que as democracias dos Estados Unidos e da América Latina devem “deixar claro” que uma interrupção da ‘democracia no Brasil seria intolerável’. O texto fala que o Congresso Nacional pode propor o impeachment de Bolsonaro “por sua péssima gestão da pandemia, incluindo minimizar sua gravidade, resistir às medidas de saúde pública e promover curas charlatanescas”.
“O Presidente brasileiro já contribuiu muito para o agravamento da pandemia da Covid-19 em seu próprio País e, por meio da disseminação da variante brasileira, pelo mundo. Ele não deve ter permissão para destruir uma das maiores democracias do mundo também, que é o Brasil”, pontua o The Washington Post.
O jornal disse que “não há fim à vista” para a onda de mortes e infecções pela Covid no Brasil, graças à “impressionante incompetência do presidente Jair Bolsonaro e seu governo”.
A publicação do jornal dos EUA comentou também a exoneração do ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e a renúncia dos comandantes militares do Exército, Marinha e Aeronáutica. Citou também a mudança do general Braga Netto do comando da Casa Civil para a Defesa, e a escolha do secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, delegado federal Anderson Torres, para o Ministério da Justiça e da Segurança Pública.
O editorial afirma que as medidas fizeram com que seis “prováveis candidatos presidenciais emitissem uma declaração conjunta alertando que ‘a democracia do Brasil está ameaçada’”.
“Bolsonaro expressou abertamente sua admiração pela ditadura militar que governou o País ne 1964 até 1985. Admirador de Donald Trump, ele adotou a tática do ex-presidente dos EUA de alertar sobre fraude nas próximas eleições e exigir que os sistemas de votação eletrônica sejam substituídos por cédulas de papel. Ele apoiou as alegações de Trump sobre fraude eleitoral, e seu filho, um legislador que visitou Washington, D.C., na véspera de 6 de janeiro, expressou consternação com o ataque ao Capitólio por não tido e sucesso”, diz, indignado, o jornal.