O presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), João Batista Inocentini, disse nesta quarta-feira (06/10), em Vitória, que a entidade e suas representações nos 26 Estados e no Distrito Federal vão participar, ativamente, das eleições de 2022. “Não podemos mais votar errado”, sentenciou o líder sindicalistas.
Ele está no Espírito Santo participando de reuniões com o presidente do Sindnapi/ES, o advogado e policial civil aposentado Jânio Jacinto Araújo, e demais dirigentes da entidade sindical, que representa 632 mil de aposentados capixabas. Veio tratar do Congresso Nacional do Sindnapi, que se realizará nos dias 15, 16 e 17 de dezembro, na cidade de Mongaguá, no litoral de São Paulo, onde a entidade de classe nacional possui uma Colônia de Férias, que vai ser inaugurada com o evento.
O Congresso Nacional do Sindnapi vai discutir diversas pautas e realizará também a eleição da futura diretoria, que deverá continuar sendo presidida por João Inocentini. “Estou visitando todos os Estados e o Distrito Federal com o objetivo de falar com os dirigentes locais e os associados sobre a importância de nosso Congresso”, pontuou o dirigente.
O Sindnapi/ES realizou sua Assembleia Geral nesta quarta-feira (06/10), em que elegeu 22 delegados para o Congresso Nacional. Os Estados podem eleger delegados em cima de um percentual de seus quadros de associados. Ao todo, 720 delegados participarão do Congresso Nacional em dezembro.
O evento ganhará importância e destaque na agenda dos brasileiros porque, pela primeira vez, segundo Inocentini, discutirá a participação do Sindicato nas eleições do próximo ano, quando serão eleitos governadores dos 26 Estados e do Distrito Federal, o Presidente da República, um senador para cada ente federativo e representes para a Câmara Federal e as Assembleias Legislativas.
“Nós, aposentados, temos que participar das eleições. Se não for como candidatos, será com apoio. Não podemos continuar votando errado. Por isso, no Congresso Nacional de dezembro, vamos deliberar por propostas em conjunto para serem apresentadas aos candidatos a todos os cargos em 2022. Vamos apoiar somente aqueles que estejam comprometidos com as propostas apresentadas pelos aposentados. Vamos tirar do nosso Congresso uma pauta para os candidatos”, informou o presidente Inocentini.
O Congresso Nacional do Aposentados terá palestras e debates com presidenciáveis. No dia 16 de dezembro, o ex-governador de São Paulo e ex-candidato a presidente da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin – que é médico –, falará sobre a pandemia da Covid/19 e o estresse. No mesmo dia, um ministro do Supremo Tribunal Federal também fará palestra. O nome está sendo definido pela Corte. Também falará aos aposentados e dirigentes classistas o presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Leonardo Rolim.
O terceiro e último dia do Congresso promete também ser agitado. Logo pela manhã, haverá palestra do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Em seguida, debate entre o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) e o deputado federal Paulo Pereira da Silva, Paulinho da Força (Solidariedade). O ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, está tentando encontrar espaço em sua agenda para também participar do Congresso dos Aposentados.
Inocentini quer um sistema de saúde onde os brasileiros possam ser atendidos também gratuitamente na rede privada
O presidente do Sindnapi, João Inocentini, pretende rediscutir no Congresso dos Aposentados uma proposta que ele havia levado ao então presidente Lula, em 2010, no último ano do segundo mandato do petista, que é o de fazer com que o Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro seja idêntico ao da Itália:
“Nosso SUS tem como parâmetro o sistema italiano. Porém, a coisa mais importante do ‘SUS’ da Itália não foi copiada pelas autoridades brasileiras. A Itália é o primeiro país europeu a considerar a saúde um direito universal, ou seja, resguardado pela lei a todos os cidadãos. Isso aconteceu pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial, quando a Constituição Italiana decretou, em seu artigo 32 que ‘a República tutela a saúde como direito fundamental do indivíduo e interesse da coletividade e garante tratamento gratuito aos necessitados”, lembra Inocentini.
Segundo ele, todos os habitantes da Itália são atendidos, gratuitamente, tanto em hospitais públicos quanto nos privados. João Inocentini ressalta que, embora o SUS seja universal no Brasil, quem tem condições de pagar plano de saúde privado ou consultas particulares, é atendido de maneira muito mais célere. Na rede pública, porém, os brasileiros enfrentam demora e, às vezes, o Poder Público é obrigado a pagar hospitais privados para atender pacientes do SUS.
“Na Itália, quem ganha até 800 euros, é isento de contribuição para o sistema de saúde. Quem ganha até 1.500 euros, contribui com 1% do salário. Acima disso e até 5 mil euros, a contribuição é de 5%”, explica João Inocentini.
Ele, que é amigo de Lula desde 1972, quando trabalhava como metalúrgico no ABC paulista, disse que, em 2010, quando apresentou essa proposta, o ex-presidente gostou da ideia e ainda “reclamou” porque não o mostrou a sugestão antes. Lula, então, pediu a Inocentini que apresentasse a proposta a futura presidente, Dilma Houssef (PT):
“Mas ela (Dilma) não nos deu muito espaço e nem nos atendeu. Eu disse para o presidente Lula na época que, embora ele gostasse da proposta, os petistas, em sua maioria, era contra”, lamenta o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados.
Saiba Mais
O Brasil tem, atualmente, cerca de 36 milhões de aposentados dentro do regime do INSS. E outros 6 milhões que são aposentados como servidores da União e governos estaduais e municipais, além de 120 mil oriundos das Forças Armadas – neste caso, incluindo pensionistas (como filhas e viúvas dos militares).
No Espírito Santo, são 632 mil de aposentados. O Sindnapi/ES possui 4.300 associados: “Nós, 22 delegados eleitos nesta quarta-feira (06/10), estaremos em São Paulo representando os 632 mil capixabas aposentados. Uma responsabilidade muito grande”, frisou o presidente Jânio Araújo.