O sargento Valmir Monteiro Ramos, da Polícia Militar do Espírito Santo, foi assassinado com tiros na cabeça, dentro de um ônibus, na tarde desta segunda-feira (12/03), no município de Brejetuba, região Serrana do Estado, quando saía do serviço e voltava para casa, no distrito de São Jorge, no mesmo município. O sargento Monteiro estava fardado quando foi morto de maneira covarde. O pistoleiro fugiu pela janela do ônibus.
Segundo a polícia, Monteiro entrou no ônibus e logo se sentou. Assim que sentou na poltrona, ele foi surpreendido com três tiros: um atingiu a nuca e dois pegaram no coração. Assim que atirou no sargento, o criminoso saltou pela janela do ônibus, que ainda estava em movimento. Monteiro já estava na reserva remunerada, mas decidiu retornar aos quadros da ativa graças a uma lei estadual que possibilita o retorno de militares já aposentados.
Atualmente, Monteiro estava lotado na PM de Brejetuba, para onde pediu transferência há um ano. Há sete meses, o filho dele foi assassinado em Brejetuba, a mando de traficantes de Vila Velha. Quando ainda era cabo, Monteiro atuava no 4° Batalhão da PM (Vila Velha), Era reconhecido pelas comunidades por conta de seu trabalho sério e eficaz no combate à criminalidade.
A polícia suspeita que, em função de suas atividades, sempre buscando colocar na cadeia perigosos traficantes de Vila Velha, ele possa ter sido assassinado nesta segunda-feira.
Na internet, já começam a surgir mensagens de solidariedade e conforto à família do sargento Monteiro. Abaixo, a íntegra de um dos comentários sobre a conduta ilibada do sargento Monteiro enquanto serviu à briosa Polícia Militar do Espírito Santo:
“SGT PM VALMIR MONTEIRO RAMOS. Este eu conheci pessoalmente. Tive a grata satisfação de trabalhar com ele na mesma equipe de radiopatrulha no 4º BPM. Ele era do PRIMEIRO time que atuava nas ruas de Vila Velha. Figurava entre os melhores policiais. Fez parte da saudosa equipe C.
Era um PM dedicado, profissional competente, excelente companheiro, era prestativo e estava sempre pronto a dar apoio em ocorrências.
Felizes foram as comunidades que possuíam o então Cabo Monteiro como guardião. Sei de pessoas que são eternamente gratas a ele por sua capacidade profissional. Foi acusado levianamente, injustamente de crimes que mais tarde se comprovou ele e seus outros dois colegas NÃO cometeram. Foi acusado por bandidos que tinham todos os motivos do mundo para retirá-lo das ruas já que sua atuação atrapalhava o crime.
E mesmo depois de ir para a MERECIDA reserva remunerada, após trinta anos de serviço dedicados ao ES, voltou à ativa para complementar seus vencimentos. Deveria, em tese, ter ficado com ressentimentos da corporação mas mesmo assim, resolveu vestir novamente sua indumentária que ele mesmo dizia ser sua segunda pele.
Ou seja, ELE AMAVA SER POLICIAL MILITAR, mesmo que o prendessem injustamente. Defender aqueles que não podem se defender sozinhos era a vida dele. Esta era a sua missão. Sua ficha funcional é impressionante, vários elogios individuais publicados.
Mas agora, depois de ter sua vida ceifada covardemente, estando FARDADO, em um coletivo, de emboscada, na traição, pois enfrentá-lo no combate direto era pedir para tombar, eu me coloco na posição de sentido, prestando continência a este GUERREIRO que tombou mas ele não está sozinho.
Não haverá esconderijo neste mundo para este assassino covarde que mata pelas costas. Conclamo as pessoas de bem que denunciem e forneçam informações para as autoridades. Se o sujeito tem coragem de executar um PM fardado, imagina o que não faria com o cidadão comum.
Finalizo minha fala transmitindo meus sentimentos à família nesta hora tão difícil. Nosso companheiro agora repousa nos braços do Senhor. A família policial militar capixaba também está de luto.
Obrigado SGT Monteiro, pela sua vida, por sua dedicação, por tantos anos de serviço combatendo o crime colocando bandidos atrás das grades. Obrigado pelo seu exemplo de profissional. Que Deus o tenha em bom descanso. Amém.”