Um Inquérito Policial Militar (IPM) acaba de ser instaurado para investigar supostas irregularidades na emissão de Alvará de Licença do Corpo de Bombeiros para o condomínio de luxo Grand Parc Residencial Resort, cuja área de lazer desabou na madrugada do dia 19 de julho deste ano, na Enseada do Suá, em Vitória. O IPM vai apurar também o extravio do Projeto Técnico inicialmente aprovado para o empreendimento.
Por conta do desabamento, as torres do Grand Parc Residencial foram esvaziadas após toda a área de lazer desabar. Quatro pessoas ficaram feridas e um porteiro morreu. Agora totalmente vazio, o condomínio tem três edifícios, cada um com 29 andares. Ao todo, são 166 apartamentos. Na área de lazer ficavam piscinas, duas portarias, salões de festas e uma academia. O teto da garagem subterrânea cedeu e toda a estrutura caiu sobre os carros.
O IPM foi aberto pela Corregedoria Geral do Corpo de Bombeiros porque há suspeita que possa ter havido irregularidade por parte de bombeiros-militares na emissão do alvará. No dia 29 de julho deste ano, o Blog do Elimar Côrtes já havia informado que, por determinação do governador Paulo Hartung, o Corpo de Bombeiros abriu um Conselho de Justificação em desfavor de um tenente-coronel.
O Conselho de Justificação foi aberto pelo fato do tenente-coronel ter sido denunciado em crimes. Recentemente, a Corregedoria do Corpo de Bombeiros concluiu dois IPMs que apontam indícios de crimes que teriam sido cometidos pelo oficial e outros militares. Eles teriam facilitado a emissão de Alvará de Licenciamento para construtoras responsáveis por pelo menos cinco condomínios na Grande Vitória.
O Blog do Elimar Côrtes teve acesso aos nomes dos cinco condomínios que teriam sido beneficiados pelo suposto esquema criminoso e o Grand Parc Residencial Resort não está incluído nessa relação. Por isso, houve agora a necessidade de uma investigação somente para o empreendimento onde ocorreu a tragédia.
A Justiça e o Ministério Público já foram comunicados a respeito da Portaria nº 094-S (Corregedoria) que instaurou o IPM. O procedimento tem a finalidade de apurar irregularidade na emissão do Alvará de Licença do Corpo de Bombeiros para o Grand Parc e já havia sido aberto desde o dia 5 deste mês. Entretanto, a Portaria nº 094-S (Corregedoria), que o instaurou, foi revogada no último dia 18, para a saída do major BM Benício Ferrari Júnior como presidente do inquérito.
Agora, o IPM passa a ser presidido pelo tenente-coronel BM Andre Co Silva, designado “para proceder ao Inquérito Policial Militar no prazo legal de 40 dias, a contar do 2º dia útil subsequente à publicação da Portaria”, a fim de “apurar supostas irregularidades na emissão de Alvará de Licença do Corpo de Bombeiros (ALCB) para o empreendimento Grand Parc Residencial Resort e o extravio do Projeto Técnico inicialmente aprovado.” Já o capitão BM Siwamy Reis dos Anjos foi designado para atuar como Escrivão do Inquérito Policial Militar.
O IPM vai investigar também como e quem extraviou, de dentro da unidade administrativa do Quartel do Corpo de Bombeiros, na Enseada do Suá, o Projeto Técnico inicialmente aprovado para o empreendimento de luxo Grand Parc Residencial Resort.
Procurado, o Comando do Corpo de Bombeiros disse, por meio da Assessoria de Imprensa, que não se manifesta sobre IPM aberto pela Corporação.