A primeira turma de soldado feminino da Polícia Militar do Espírito Santo está comemorando nesta quinta-feira (13/01) 25 anos.
A hoje 2ª sargento PMES Lúcia Elena Belizário – que se encontra na reserva remunerada por ter sofrido lesões nos dois tornozelos – lembra que no dia 13 de janeiro de 1986 as “meninas” se apresentavam no antigo Centro de Formação de Aprendizagem e Aperfeiçoamento (CFAP) – atual Centro de Formação e Aperfeiçoamento –, no bairro Santana, em Cariacica, para fazer o Curso de Formação de Soldado Feminino.
Foram pioneiras: Ana Rosilma, Ana Regina, Andreia, Catarina, Cláudia, Cremi, Edinalva, Elza, Elenita, Euceli, Gilcelia, Jane Eustáquia, Janice, Laurinete, Leonelina Lima, Lúcia Elena, Maria da Penha, Nilceia, Roseane, Rosiane, Sayonara, Sílvia, Tânia, Valdete – que ainda permanecem nos quadros da PM.
A 2ª sargento Lúcia Elena se lembra também de Ana Carla, que hoje está servindo ao Corpo de Bombeiros do Espírito Santo; da Ana Maria, lotada agora na PM de São Paulo; de Edna Santos e Neide, que passaram em um concurso federal; de Marilza, Ádila e Zenaide, que pediram baixa da corporação; além de Nelza e Guilhermina, que não chegaram a concluir o curso por falta de adaptação.
“Todas essas guerreiras vieram de outros estados brasileiros, do interior do Espírito Santo e da Grande Vitória. Algumas contrariando as famílias, pois iriam entrar em uma instituição que continha 95% de homens. Além disso, elas teriam que manejar armas, dar voz de comando e, ao mesmo tempo, conservar a delicadeza, característica da mulher, e também romper barreiras e vencer preconceitos”, diz Lúcia Elena.
Para vencer dentro da corporação, entretanto, elas contaram com o apoio de ótimos instrutores, conforme se recorda Lúcia Elena Belizário. Dentre eles, os coronéis Rodrigues, Pessali, Moacyr Provedel, Ênio, Costa, João Batista, Robson, Júlio Cesar, José Carlos, Pedro Bassul, Ronald Willian e tantos outros.
Lúcia Elena também enaltece a importância de instrutores não-militares, que deram aula para a turma no antigo CFAP. Dentre eles, ela destaca os professores Yamagushi, Ema e vários monitores, como capitão Adnel, Jurandir, Maria José, Márcia, Margareth “e tantos colegas que nos ensinavam e ajudavam para que concluíssemos o curso com dignidade e louvor. Dentre eles, não podemos esquecer do capitão Assumpção”.
Hoje, ao completar bodas de prata na PMES, todas já estão graduadas, sendo que o cargo maior até agora é subtenente PM. Segundo Lúcia Elena, muitas dessas militares são mães e até avós, mas não perdem o humor.
“E, mesmo com as diversidades da vida e profissional, essas meninas continuam em cima do salto, ou melhor, coturno”, brinca Lúcia Elena, que salienta:
“A todas, parabéns pela determinação e garra. Não é fácil ser policial, esposa, mãe e avó, mas sabemos que a todo instante o Criador guarda as nossas vidas. Que tenhamos vida longa, amor ao próximo e ânimo para o trabalho. Para nós, já aposentadas, que façamos a diferença, procurando caminhos e destinos novos, sem esquecer que a nós foram dadas grandes responsabilidades de salvar a Pátria, defender os injustiçados e oprimidos, colaborar com a ordem, trabalhar, confiar e receber os mais sinceros parabéns”.