No dia 18 de janeiro, a Associação dos Bombeiros Militares do Espírito Santo (ABMES) publicou, em seu site, uma nota de apoio ao presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado (Sindepol), Rodolfo Queiroz Laterza, que havia sido exonerado do Núcleo de Repressão a Organizações Criminosas e Combate a Corrupção (Nuroc), da Secretaria de Estado do Segurança Pública e Defesa Social (Sesp). Em resposta, Laterza agradeceu a solidariedade dos militares do Corpo de Bombeiros:
“…Enalteço os bombeiros militares, cuja essência profissional emociona e abrilhanta todos os cidadãos em seus cotidianos, sempre defendidos nos momentos mais difíceis por profissionais exemplares e devotados, que não possuem horário ou uma rotina normal para salvarem vidas, até mesmo sacrificando vidas próprias em prol de um ideal cada vez mais raro em um mundo infelizmente cada vez mais individualista: a vontade de servir ao seu semelhante. E a solidariedade manifestada pelos briosos bombeiros militares remete ao orgulho de serem a representação mais fiel de uma profissão altiva e tão elementar ao bem estar social.”
Na nota, o presidente da ABMES, sargento João Batista, observou que a exoneração de Laterza “causa incômodo, pois fazia um excelente trabalho à frente do Núcleo, onde desencadeou operações importantes, como a Pixote, que desbaratou um esquema de corrupção envolvendo os contratos entre o Instituto de Atendimento Socioeducativo (Iases) e a Associação Capixaba de Desenvolvimento e Inclusão Social (Acadis); e a Derrama, que levou para a cadeia 10 (dez) ex-prefeitos acusados de fraudes, além de assessores e servidores públicos.”
O líder dos militares do Corpo de Bombeiros ressaltou na nota que a Lei Federal 12.830/2013 “respalda a permanência de Rodolfo Laterza no cargo, pois um delegado não pode ser removido de sua função sem que haja fundamentação e esta possível falta de motivos técnicos, poderá atentar contra o interesse da coletividade e contra o Estado Social Democrático de Direito, pois poderá ser entendido como retaliação ao trabalho do Chefe do NUROCC, ou retaliação a um representante de classe, tendo em vista que o delegado também é representante dos delegados de polícia do Espírito Santo.”
O sargento João Batista disse mais: “É claro que a ABMES não espera que V. Ex.ª, o Governador do Estado, venha a público desvendar seus motivos administrativos para fazer a exoneração de um delegado que ocupa um Núcleo tão importante na segurança pública, mas se fosse um ato meramente administrativo, o próprio delegado Rodolfo Laterza teria aceitado com resignação a sua exoneração…”
Sensibilizado pelo gesto de uma entidade de classe dos militares estaduais, o presidente do Sindelpo, delegado Rodolfo Laterza, agradeceu a manifestação de apoio da ABMES, com a seguinte nota:
“Considero neste momento crítico, porém reflexivo e de necessária transformação, frisar o imenso orgulho e honra de presenciar e vislumbrar tamanhas demonstrações de solidariedades às circunstâncias do ilegal ato de transferência promovido pelo Secretário de Segurança Pública na data de 15 de janeiro, sem qualquer fundamentação ou indicação de motivos, conforme exigido em lei federal. Porém, muito mais do que a ilegalidade atrelada à minha situação, todo este cenário ensejou uma notável união de entidades de classe em prol da defesa das prerrogativas funcionais dos servidores públicos efetivos que venham a diuturnamente trabalhar em prol da sociedade. E neste conjunto de homens e mulheres abnegados, muitas vezes pessimamente remunerados e abandonados à própria sorte, enalteço os bombeiros militares, cuja essência profissional emociona e abrilhanta todos os cidadãos em seus cotidianos, sempre defendidos nos momentos mais difíceis por profissionais exemplares e devotados, que não possuem horário ou uma rotina normal para salvarem vidas, até mesmo sacrificando vidas próprias em prol de um ideal cada vez mais raro em um mundo infelizmente cada vez mais individualista: a vontade de servir ao seu semelhante. E a solidariedade manifestada pelos briosos bombeiros militares remete ao orgulho de serem a representação mais fiel de uma profissão altiva e tão elementar ao bem estar social.”