A Polícia Federal passou a controlar de
perto as investigações que envolvem a participação de políticos em algum crime.
Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Minas Gerais
(Sinpef-MG), Rodrigo Porto, há cerca de dois meses, foi acrescentado um campo
no formulário de dados cadastrais das operações de Inteligência em que os
agentes são obrigados a informar se há entre os suspeitos “pessoas
politicamente expostas” e o nome delas.
Para o sindicato, intervenções políticas estariam
prejudicando o desempenho da corporação. O número de indiciamentos da
corporação por peculato recuou 80%, os originados por processos de exigência de
propina, 83% e os por desvios em prefeituras, 84%, nos últimos sete anos, no
Brasil.
prejudicando o desempenho da corporação. O número de indiciamentos da
corporação por peculato recuou 80%, os originados por processos de exigência de
propina, 83% e os por desvios em prefeituras, 84%, nos últimos sete anos, no
Brasil.
De acordo com o novo formulário, os agentes
devem informar se há algum político ou pessoa ligada a figuras públicas
importantes no caso em investigação. Segundo Porto, é preciso escrever o nome
da pessoa e, depois disso, o policial ou algum outro servidor envolvido na
operação é chamado em Brasília, na sede central da PF, para esclarecer qual é
exatamente a suspeita.
devem informar se há algum político ou pessoa ligada a figuras públicas
importantes no caso em investigação. Segundo Porto, é preciso escrever o nome
da pessoa e, depois disso, o policial ou algum outro servidor envolvido na
operação é chamado em Brasília, na sede central da PF, para esclarecer qual é
exatamente a suspeita.
“Para nós, isso é uma interferência
política. Oficialmente, a informação seria para que a polícia tivesse uma
dimensão real do que irá precisar para aquela ação e futuras prisões, como
recursos e efetivo”, afirma Porto.
política. Oficialmente, a informação seria para que a polícia tivesse uma
dimensão real do que irá precisar para aquela ação e futuras prisões, como
recursos e efetivo”, afirma Porto.
A assessoria de imprensa do Departamento
Geral da Polícia Federal confirma a criação do novo campo e diz que quando há
algum político ou personalidade pública em determinado caso é “preciso ter mais
cuidado com as informações”. A PF disse que não rebateria as críticas do
sindicato e não soube explicar o que significa exatamente “ter mais cuidado”.
Geral da Polícia Federal confirma a criação do novo campo e diz que quando há
algum político ou personalidade pública em determinado caso é “preciso ter mais
cuidado com as informações”. A PF disse que não rebateria as críticas do
sindicato e não soube explicar o que significa exatamente “ter mais cuidado”.
De acordo com a PF, o procedimento é
adotado não só para políticos, mas também quando se trata de servidores ou
pessoas ligadas a eles.
adotado não só para políticos, mas também quando se trata de servidores ou
pessoas ligadas a eles.
Ainda de acordo com a assessoria, o dado é
solicitado desde 2010, mas segundo Porto, a mudança estava funcionando em fase
de testes, e só recentemente foi incorporada oficialmente à rotina dos agentes.
solicitado desde 2010, mas segundo Porto, a mudança estava funcionando em fase
de testes, e só recentemente foi incorporada oficialmente à rotina dos agentes.
As informações adicionadas no sistema
eletrônico da corporação caem diretamente na mesa do ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo. Ele é comunicado de todos os nomes de políticos ou “pessoas
públicas”, como chama a assessoria da PF, que estejam sob suspeição. Por nota,
o ministério informou que este é um padrão internacional. O órgão, no entanto,
não detalhou quais normas são essas.
eletrônico da corporação caem diretamente na mesa do ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo. Ele é comunicado de todos os nomes de políticos ou “pessoas
públicas”, como chama a assessoria da PF, que estejam sob suspeição. Por nota,
o ministério informou que este é um padrão internacional. O órgão, no entanto,
não detalhou quais normas são essas.
Segundo a assessoria, o ministro é
comunicado dos nomes, mas não do conteúdo das operações. O ministro Cardozo,
ainda de acordo com a assessoria, não faz qualquer intervenção nas operações em
curso.
comunicado dos nomes, mas não do conteúdo das operações. O ministro Cardozo,
ainda de acordo com a assessoria, não faz qualquer intervenção nas operações em
curso.
Controle. Um outro policial federal entrevistado pela reportagem
afirmou que foi convocado recentemente à central, em Brasília, por participar
de uma investigação que, durante o seu curso, detectou a participação de um
gestor do Executivo.
afirmou que foi convocado recentemente à central, em Brasília, por participar
de uma investigação que, durante o seu curso, detectou a participação de um
gestor do Executivo.
“De forma velada, disseram-me para não
aprofundar no envolvimento dessa pessoa, pois isso tornaria a ação mais longa e
burocrática, já que ela tem foro privilegiado. Fizemos o trabalho, mas o
resultado seria muito maior se tivéssemos tido mais liberdade”, revela a fonte.
aprofundar no envolvimento dessa pessoa, pois isso tornaria a ação mais longa e
burocrática, já que ela tem foro privilegiado. Fizemos o trabalho, mas o
resultado seria muito maior se tivéssemos tido mais liberdade”, revela a fonte.
Ação
Agilidade. Operações inteligentes são operações mais ágeis, que
investigam crimes que ainda estão ocorrendo. Nelas, a Polícia Federal monitora
os suspeitos de determinado crime.
investigam crimes que ainda estão ocorrendo. Nelas, a Polícia Federal monitora
os suspeitos de determinado crime.
Fonte:
Jornal O Tempo de Belo Horizonte.
Jornal O Tempo de Belo Horizonte.