A Polícia Militar do Espírito Santo, que nesta terça-feira (06/04) completa 175 anos, iniciou nos anos 90 um novo tipo de policiamento que fez sucesso pelo Brasil afora e por aqui também. Trata-se da Polícia Comunitária, que também ganhou o nome de Interativa e serviu de modelo para vários estados reduzirem o número de homicídios.
No Espírito santo, o atual governo – por culpa do ex-secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social Rodney Miranda – ignorou todas experiências positivas da Polícia Comunitária e o número de assassinatos só aumentou.
Uma região de São Paulo, depois que adotou o Policiamento Comunitário, reduziu de maneira espetacular o número de assassinatos: de 408 registros em 2000 para 88 em 2009. Que inveja!!!
Os policiais militares que atuam na Base Comunitária de Segurança do Jardim Ranieri, região de Jardim Ângela, zona sul de São Paulo, começaram o ano com uma excelente notícia: o conjunto de ações de aproximação com a comunidade, desenvolvido pela Base, foi escolhido como uma das cinco melhores práticas de policiamento comunitário no mundo.
O reconhecimento é da Agência de Aprimoramento Profissional do Reino Unido – National Policing Improvement Agency. A Agência desenvolve desde 2006 o programa Neighbourhood Policing, sustentado pelo princípio de que a polícia e a comunidade precisam trabalhar juntas na prevenção da criminalidade e da violência.
Este ano, com o objetivo de promover maior cooperação internacional, o programa decidiu selecionar cinco projetos com o mesmo foco, porém realizados em outros lugares do mundo.
“Ficamos muito felizes com a escolha da Base. O Instituto Sou da Paz, além de realizar o Prêmio Polícia Cidadã, também busca oportunidades de valorização, fortalecimento e disseminação de boas práticas policiais, ajudando os policiais a inscreverem suas ações em editais, programas de qualificação e concursos como este. Por isso, quando soubemos do programa da Agência, divulgamos a oportunidade para os policiais”, conta Denis Mizne, diretor executivo do Sou da Paz.
“A Base do Jardim Ranieri vem se destacando há alguns anos como um modelo de policiamento comunitário e já teve suas ações vencedoras em três edições do Prêmio Polícia Cidadã. Agora, os policiais terão a chance de apresentar seus projetos, resultados, desafios e trocar experiências com policiais de dezenas de outros países”, completa Denis.
Um dos criadores do projeto da Base Comunitário, o sargento Milton Vieira da Silva foi mandado para Espírito Santo a fim de fazer o curso de Polícia Interativa dado pela PM capixaba e, assim, iniciar o processo de comunitarização em São Paulo, juntamente com capitão Severo e o sargento David.
O sargento David é reconhecido também internacionalmente pelo trabalho em Jardim Ângela em que ficou em terceiro lugar no concurso da Motorola do Brasil, quando o Espírito Santo ficou em primeiro lugar com a Polícia Interativa do Morro do Quadro, em Vitoria.
Na conferência em Londres, a PM paulista foi representada pelo capitão Wantuil Andrade Junior, do 37º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M). O encontro durou três dias – de 24 a 26 de março – e contou com a presença de policiais da França, Polônia, Eslováquia, Suíça e Brasil, além da plateia inglesa.
Foram expostos exemplos de policiamento comunitário ao redor do mundo, assistidos por integrantes do governo inglês, membros da sociedade civil e policiais.
Às 14h40 de quinta-feira (25/03), o policial brasileiro fez a última apresentação do dia, quando falou sobre os projetos desenvolvidos na Base Comunitária de Segurança (BCS) do Jardim Ranieri.
“Comecei apresentando a corporação. Em seguida, falei sobre a base. Em 2000, tivemos 408 registros de homicídios na região. Com a atuação da Base, conseguimos diminuir os crimes em quase 78,43%. Em 2009, tivemos 88 casos”, lembrou o capitão Wantuil.
Após sua apresentação, o policial paulista trocou informações com outros palestrantes e participantes da conferência, onde recebeu elogios pela iniciativa, vindos principalmente dos policiais ingleses.
Há 11 anos, o Jardim Ranieri foi considerado o local mais perigoso do mundo. Com o desafio de transformar esta realidade, a polícia passou a atuar em conjunto com a comunidade local. Assim, a PM se viu obrigada a mudar sua forma de atuação. Além da responsabilidade de reprimir crimes, a polícia começou a transformar a sociedade através da instalação da Base Comunitária de Segurança.
O sargento Davi, que esteve no Espírito Santo com outros colegas para fazer o curso de Polícia Interativa, afirmou que a PM paulista não teria obtido sucesso se não fossem os ensinamentos da PM capixaba:
“O Espírito Santo contribuiu e muito para o sucesso da Polícia Comunitária em São Paulo. Não tínhamos conhecimento desse modelo inovador de policiamento. Passamos 15 dias em Vitória e trouxemos o que aprendemos para nossa capital”, comentou o sargento Davi.