O que antes parecia ser encontrado somente em filmes de ficção, está se tornando realidade na Polícia Militar do Espírito Santo. A PM capixaba vai usar o sistema de videoconferência, aliado ao Policiamento Eletrônico, para evitar crimes e prender bandidos com mais rapidez.
Dentro de 90 dias (até setembro), a videoconferência, já adquirida pela PM, já estará funcionando, transformando o Espírito Santo no primeiro estado brasileiro a adotar o sistema. Até o final deste ano também, o Policiamento Eletrônico entrará em atividade em vários municípios capixabas. Os dois sistemas fazem parte do Plano Diretor de Logística da PM.
Segundo informa o chefe da Diretoria de Apoio Logístico (DAL) da PM capixaba, coronel Julio Cezar Costa, o sistema de videoconferência e o Policiamento Eletrônico (sistema de videomonitoramento estritamente policial) utilizam tecnologias convergentes. A interoperabilidade entre os sistemas permitirá que, imagens captadas por uma câmera no Centro de Vitória, por exemplo, sejam vistas e analisadas simultaneamente pelo Comando Geral da PM, pelo comandante do 1º Batalhão da PM ou por um grupo de estudos para gerenciamento de crises que estiver na sala de tele-presença do QCG.
Além da possibilidade de assistirem a determinada ocorrência, a tecnologia permitirá que eles se comuniquem visualmente e troquem informações em tempo real durante a crise – informações estas que podem ser determinantes para o desfecho desejável da ocorrência.
“Temos então uma nova realidade de policiamento interativo no Espírito Santo, pois serão instaladas câmeras em pontos estratégicos dos diversos municípios capixabas. Estas câmeras serão monitoradas por policiais militares nos centros de Policiamento Eletrônico. Cada centro de Policiamento Eletrônico terá toda uma estrutura policial militar que possibilite a intervenção em ocorrências antes mesmo de elas ocorrerem. O cidadão, ao olhar para uma câmera na rua, saberá que por trás dela há não só um policial bem preparado zelando por sua segurança, mas também uma estrutura organizada e pronta para atendê-lo em qualquer situação”, disse o coronel Julio Cezar.
Paralelamente a esta estrutura, as mesmas imagens serão monitoradas pelos Ciodes Metropolitano, Sul e Norte, garantindo assim uma redundância que possibilitará a otimização do processo de monitoramento e o deslocamento das diversas formas de policiamento para locais onde, por meio das imagens, vislumbra-se a possibilidade de ocorrências que podem vir a perturbar a paz social.
“Essa vai ser uma das formas de evitar a prática de um delito”, garante o diretor da DAL. Segundo o coronel Julio Cezar Costa, a ideia, com isso, é dinamizar o policiamento conforme as necessidades instantâneas.
Nos casos de ocorrências mais críticas, que exigem equipes de gerenciamento, como controle de distúrbios, ocorrências com reféns, grandes eventos, as imagens, em tempo real, podem ainda ser acompanhadas pelo Alto Comando da PM ou por equipes de gerenciamento de crises devidamente treinadas e comandadas pelos Comandos Operacionais da Corporação.
Ele entende que cada vez o trabalho integrado da PM com a Polícia Civil do Espírito Santo será importante para o combate à criminalidade, sobretudo com a videoconferência e o Policiamento Eletrônico.
“Tanto a PM como a Polícia Civil são instituições com responsabilidades constitucionais diretas, porém diferentes, sobre a segurança pública. Desta forma, o trabalho integrado é sempre importante, no que couber”, frisou o coronel.
Ele lembra que no Ciodes, por exemplo, equipes de PMs e de policiais civis já dividem o mesmo espaço físico, de forma que, com alocação de centrais de monitoramento para estes locais, a Polícia Civil poderá, em tempo real, acompanhar as ocorrências em andamento e agir dentro de sua estrita competência legal e constitucional. Para o coronel Julio Cezar, o objetivo do Policiamento Eletrônico é evitar o crime:
“Dentro de toda uma doutrina pré-estabelecida e que vai ao encontro dos princípios do Policiamento Interativo, é possibilitar um policiamento preventivo, de forma que a PM possa estar sempre à frente, antecipando-se às possíveis ocorrências e prevenindo muito mais do que reprimindo, como hoje ocorre.”
O Ciodes também terá acesso às imagens em tempo real, podendo deslocar e posicionar o policiamento como o faz os Núcleos de Policiamento Eletrônico. “Há de se observar que teremos diversas formas de receber informações e alocar recursos, ou seja, saímos da porta única de entrada disque 190 para diversas formas de acionamento: 190, Núcleos de Policiamento Eletrônico, monitoramento redundante via Ciodes, além do trivial contato população-policial”, informa o coronel Julio Cezar.
O sistema de Viodeconferência da PM está sendo montado pela Polycom, responsável pelo sistema adotado pelas principais policiais do mundo, além da Interpol e Otan.
Segundo a assessoria da Polycom, o sistema de videoconferência adquirido pela Polícia Militar do Espírito Santo permite a comunicação eficiente e de forma segura entre equipes dispersas por todo o Estado e entre outras forças policiais e poderes ao redor do mundo.
Desta forma, a divulgação de instruções modulares, a educação continuada, o planejamento estratégico e o intercâmbio cultural podem ocorrer mais agilmente, resultando em ações mais benéficas e eficientes à população.
Segundo a assessoria, o Policiamento Eletrônico pode alimentar o sistema de videoconferência e imediatamente ser colaborada entre quartéis, Tribunais de Justiça, Ministério Público, Corregedoria, Polícia Federal e mesmo forças internacionais, como Interpol, por exemplo.
De acordo com a Polycom, quando policiais militares chegarem ao local de um homicídio ou um assalto ou um seqüestro para fazer os primeiros levantamentos, através da videoconferência eles poderão ter ajuda da base para localizar os criminosos com mais rapidez. É possível que notebooks equipados com o software de cliente de videoconferência e com um acesso à internet (3G, por exemplo), possam a partir do local do crime discutir com especialistas da base sobre fatos e evidências do local. “Isto confere maior agilidade em todos os sentidos do processo e reflete-se em benefício direto aos cidadãos”, diz a assessoria.
“Aqui, nesses anos, o povo foi acuado pelas forçadas e improdutivas ‘blitzeens”, diz coronel Julio Cezar
Diretor da Diretoria de Apoio Logístico (DAL) da Polícia Militar do Espírito Santo, o coronel Julio Cezar Costa está novamente revolucionando a segurança pública no Estado. É dele e de sua equipe na DAL – e aprovada pelo Alto Comando da PMES – a ideia de implantar na PM capixaba o Policiamento Eletrônico e o sistema de Videoconferência, que colocarão a PM na vanguarda e em igualdade de condições – pelo menos do ponto de vista tecnológico – com as principais polícias da Europa e Estados Unidos.
O coronel Julio Cezar é um crítico da atual política (ou falta dela) de segurança pública, adotada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social. Aos poucos, no entanto, seus projetos, ideias e ensinamentos vêm sendo novamente inseridos no dia a dia da Polícia Militar.
“Temos um volume inigualável de recursos orçamentários e financeiros disponibilizados pelo tesouro estadual na segurança pública. Entretanto, os resultados negativos são recorrentes ano a ano, visto o conceito de polícia repressiva, nos moldes da década de 70, que voltou a ser usado neste Estado, a partir da inserção de atores não capixabas no cenário da Sesp…As pesquisas de opinião reprovaram ano a ano este modelo de polícia rambonizada que está vigorando no Espírito Santo”, diz o coronel.
Blog do Elimar – Como uma operação policial nas ruas poderá ser acompanhada e de que forma ela trará benefício, por exemplo, na prisão de um criminoso que esteja sendo procurado naquele momento
Coronel Julio Cezar Costa? – O sistema de videoconferência (já adquirido pela PMES e que estará funcionando nos próximos 90 dias) e o Policiamento Eletrônico (sistema de videomonitoramento estritamente policial que será lançado ineditamente pela PM capixaba ainda em 2010) utilizam tecnologias convergentes.
A interoperabilidade entre os sistemas permitirá que imagens captadas por uma câmera no Centro de Vitória sejam vistas e analisadas simultaneamente pelo Comandante Geral da PMES, pelo comandante do 1º BPM ou por um grupo de estudos para gerenciamento de crises que estiver na sala de tele-presença do QCG.
Além da possibilidade de assistirem a determinada ocorrência, a tecnologia permitirá que eles se comuniquem visualmente e troquem informações em tempo real durante a crise – informações estas que podem ser determinantes para o desfecho desejável da ocorrência.
Temos então uma nova realidade de policiamento interativo no Espírito Santo, pois serão instaladas câmeras em pontos estratégicos dos diversos municípios capixabas. Estas câmeras serão monitoradas por policiais militares nos centros de Policiamento Eletrônico. Cada centro de Policiamento Eletrônico terá toda uma estrutura policial militar que possibilite a intervenção em ocorrências antes mesmo de elas ocorrerem. O cidadão, ao olhar para uma câmera na rua, saberá que por trás dela há não só um policial bem preparado zelando por sua segurança, mas também uma estrutura organizada e pronta para atendê-lo em qualquer situação.
Paralelamente a esta estrutura, as mesmas imagens serão monitoradas pelos CIODES metropolitano, sul e norte, garantindo assim uma redundância que possibilitará a otimização do processo de monitoramento e o deslocamento das diversas formas de policiamento para locais onde, por meio das imagens, vislumbra-se a possibilidade de ocorrências que podem vir a perturbar a paz social. A ideia, com isso, é dinamizar o policiamento conforme as necessidades instantâneas.
Nos casos de ocorrências mais críticas, que exigem equipes de gerenciamento (exemplo: controle de distúrbios, ocorrências com reféns, grandes eventos, etc), as imagens, em tempo real, podem ainda ser acompanhadas pelo Alto Comando da PMES ou por equipes de gerenciamento de crises devidamente treinadas e comandadas pelos Comandos Operacionais da Corporação.
Observa-se que teremos um policiamento dinâmico e abrangente ao aliarmos capacitação profissional com tecnologia.
– É intenção da PMES fazer parceria com a Polícia Civil visando levar ao Setor de Perícia em tempo real os primeiros levantamentos periciais no local de um crime (homicídio, assalto, arrombamentos)?
– Tanto a PMES como a PCES são instituições com responsabilidades constitucionais diretas, porém diferentes, sobre a segurança pública. Desta forma, o trabalho integrado é sempre importante, no que couber.
No Ciodes, por exemplo, equipes de policiais militares e de policiais civis já dividem o mesmo espaço físico, de forma que, com alocação de centrais de monitoramento para estes locais, a PCES poderá, em tempo real, acompanhar as ocorrências em andamento e agir dentro de sua estrita competência legal e constitucional.
Ressalta-se que o principal objetivo do Policiamento Eletrônico, dentro de toda uma doutrina pré-estabelecida e que vai ao encontro dos princípios do policiamento interativo, é possibilitar um policiamento preventivo, de forma que a PMES possa estar sempre à frente, antecipando-se às possíveis ocorrências e prevenindo muito mais do que reprimindo, como hoje ocorre.
– Um dos gargalos operacionais da segurança pública hoje está dentro do próprio sistema, que é o Ciodes. Seus atendentes têm dificuldade em tornar de maneira mais rápida o deslocamento de viaturas. As perguntas que fazem ao solicitante (cidadão comum) tornam o sistema ineficaz. De que forma os operadores da Videoconferência poderão dar mais agilidade ao sistema Ciodes?
– Conforme explicado na primeira pergunta, o sistema funcionará dentro de uma doutrina muito mais abrangente. O objetivo é dinamizar o policiamento, quebrando a linearização cidadão-ciodes-viatura.
No Policiamento Eletrônico os municípios serão divididos em regiões. Cada região terá um Núcleo de Policiamento Eletrônico com policiais treinados para operar uma alta tecnologia de monitoramento de imagens captadas em tempo real pelas câmeras instaladas na área de atuação desta região.
À disposição deste Núcleo, poderá haver viaturas, policiais em bicicletas, policiais a cavalo e policiais a pé que serão movimentados conforme as necessidades vislumbradas pelas imagens em tempo real. Com isso teremos a possibilidade de alocar recursos dinamicamente em locais onde a probabilidade de ocorrer um delito seja alta.
Nosso policiamento não mais será feito somente com base em estatísticas de meses ou ano anteriores, pois estará se levando em consideração também o que está ocorrendo agora (hot spot) em determinado local (Há muitas pessoas? O trânsito ficou lento? Parou um carro forte em determinado local? Está havendo movimentações que fogem à normalidade?, etc.).
Paralelamente a toda esta estrutura, o Ciodes também terá acesso às imagens em tempo real, podendo também deslocar e posicionar o policiamento como o faz os Núcleos de Policiamento Eletrônico. Há de se observar que teremos diversas formas de receber informações e alocar recursos, ou seja, saímos da porta única de entrada “disque 190” para diversas formas de acionamento: 190, Núcleos de Policiamento Eletrônico, monitoramento redundante via Ciodes, além do trivial contato população-policial.
A tecnologia e a capacitação de nossos recursos humanos permitirão o gerenciamento desta grande rede de comunicação em tempo real e de forma dinâmica, fortalecendo a Polícia Interativa.
– Em que escala de qualidade a instalação da Videoconferência vai colocar a PMES?
– Somos a primeira Polícia Militar brasileira a adotar o sistema. Em termos comparativos, estamos colocando a PMES no mesmo nível de empresas multinacionais que se utilizam deste sistema de comunicação áudio-visual para dinamizar seus processos de tomada de decisões.
Quando se trata de segurança pública, fala-se em processos dinâmicos, pois qualquer tempo “perdido” pode significar uma vitima da criminalidade. O crime é dinâmico, portanto as tomadas de decisões também têm que ser.
Pode-se afirmar que, com o sistema de Videoconferência e com o Policiamento Eletrônico, estamos não só retomando ao Policiamento Interativo, mas também o inserindo na nova realidade do século XXI. Tecnologia e capacitação humana são as palavras chaves para qualquer empresa que visa ao sucesso.
– O senhor vai passar para a história como uma das pessoas que mais contribuiram para revolucionar a PMES. Primeiro, foi a Polícia Comunitária, lá em Guaçuí, que se transformou em Polícia Interativa; depois, veio o Pro-Pas, com uma série de programas que deram mais qualidade, tanto no aspecto humano quanto tecnológico à segurança pública capixaba num todo; agora vêm inovações (novamente tecnológicas e humanas) para a PMES…
– Creio que aquilo que fizemos e o que estamos fazendo não é um trabalho solo, mas fruto de uma nova mentalidade que muitos têm se apegado a ela. O futuro já chegou para e na PMES, sou apenas um agente deste futuro. Eu acredito na Parúsia!
– Qual a visão crítica do senhor a respeito da segurança pública capixaba nos dias atuais?
– Penso que temos, parafraseando o presidente Lula, como nunca antes, um volume inigualável de recursos orçamentários e financeiros disponibilizados pelo tesouro estadual. Entretanto, os resultados negativos são recorrentes ano a ano, visto o conceito de polícia repressiva, nos moldes da década de 70, que voltou a ser usado neste Estado, a partir da inserção de atores não capixabas no cenário da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp).
Esses senhores chegaram achando e dizendo que tudo que houvera sido feito antes estava errado e agora, além de não conseguirem fazer o que havia sido construído pelo Pro-Pas, acabaram por ter que se dobrar e voltar a tentar fazer, diga-se, até agora, sem sucesso algum, o que fizemos tal como as Zonas de Policiamento Integrado (hoje neologizadas de compatibilização de áreas), o Corredor de Segurança Ostensiva (hoje chamado de Cerco Tático), a Polícia Interativa, a Instrução Modular (agora chamada de Instrução Básica), entre tantas outras ações.
É bom lembrar que, embora o Estado estivesse “quebrado” nos idos de 2003, a equipe do Pro-Pas deixou quase R$ 13 milhões da Senasp para o novo governo dar prosseguimento ao que estava sendo feito. Este é o dinheiro que nossos acusadores, hoje desmascarados, disseram que havia “sumido”.
As pesquisas de opinião reprovaram ano a ano este modelo de polícia rambonizada que está vigorando no Espírito Santo. Esqueceram de Maquiavel: “O povo conspira com quem o protege”. Aqui, nesses anos, o povo foi acuado pelas forçadas e improdutivas “blitzeens”: caça aos “bandidos” nos moldes do velho oeste.