Pela primeira vez na história do Espírito Santo, a Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC) da Polícia Civil deixou de ser dirigida por um delegado de Polícia. Seu novo chefe é o perito criminal oficial Renato Koscky Júnior, que assumiu o cargo no dia 5 de julho deste ano. Ele entrou no lugar de Danilo Bahiense, último delegado que atuou como superintendente de Polícia Técnico-Cientifica.
Renato Koscky assumiu o cargo graças ao Projeto de Lei Complementar (PLC) 13/2018, aprovado em abril de 2018 e responsável por uma reestruturação na Polícia Civil capixaba, inserindo na instituição a obrigatoriedade de o cargo de Superintendente de Polícia Técnico-Científica seja ocupado por um Perito Oficial Criminal.
Hoje, a SPTC é um dos setores mais importantes da Polícia Civil capixaba. A atuação de seus profissionais é responsável pela elucidação de uma série de crimes, como a tragédia ocorrida no dia 21 de abril de 2018, em Linhares, em que os irmãos Joaquim Alves Sales, de 3 anos, e Kauã Sales Burkovsky, 6 anos, foram espancados, violentados sexualmente e assassinados – queimados vivos –dentro de casa.
A nomeação de Renato Koscky Júnior foi elogiada e comemorada pelo Sindicato dos Servidores Policiais Civis (Sindipol/ES). Para o Sindipol, a chegada de um profissional especializado para o setor é um avanço na autonomia administrativa da Superintendência.
“A chegada de Renato Koscky segue o posicionamento de algumas Polícias Técnico-Científicas do Brasil e dá novo fôlego para um departamento importante da PCES. É um passo importante para a Polícia Civil. Por isso, fazemos questão de parabenizar nosso colega e filiado Renato Koscky Júnior. Como a única organização sindical que representa toda categoria Policial Civil, acreditamos que a nomeação foi um avanço em busca da autonomia administrativa da SPTC, já que agora temos um profissional especializado na Superintendência”, disse o presidente do Sindipol/ES, Jorge Emílio Leal.
DESAFIOS
O perito criminal Renato Koscky Junior assume a Superintendência de Polícia Técnico-Científica em meio a uma crise sem precedentes na segurança pública capixaba. De acordo com levantamentos realizados pelo Conselho Nacional do Ministério Público, faltam policiais para trabalhar nas delegacias e muitas unidades estão sucateadas de Norte a Sul do Estado, o que compromete os serviços prestados a população.
Na SPTC, por exemplo, a defasagem no quadro operacional pode chegar a 80%. “Apesar da reformulação na Polícia Civil anunciada pelo atual governo, o Sindipol/ES acredita que falta uma política de Estado para segurança pública, o que é bem diferente de uma política de governo”, frisa Jorge Emílio.
Para o Sindipol/ES, muita coisa ainda precisa mudar:
“Precisamos que o governo valorize nossos profissionais, ativos e inativos. Hoje, a Polícia Civil do Espírito Santo necessita de investimentos e de políticas públicas estruturantes. Planejamentos que invistam no aparelhamento e em recursos materiais e humanos. Só assim teremos uma Polícia Civil eficaz e cidadã no Estado”, ponderou o presidente do Sindipol/ES.
De acordo com o Sindipol/ES, a Polícia Civil capixaba é formada por profissionais da atividade de Polícia Judiciária e regida por uma lei orgânica que é o Estatuto dos Policiais Civis (Lei 3.400/81), que são divididos em cargos e atribuições, todas de alta complexidade e importância e ninguém está acima dos princípios das leis que regem as competências e atribuições civis e jurídicas da instituição.