O novo superintendente Regional da Polícia Federal no Espírito Santo, delegado federal Eugênio Coutinho Ricas, toma posse na quarta-feira (04/08), em solenidade híbrida que começará às 11 horas, no Auditório da SRPF/ES, na Rua Vale do Rio Doce, nº 01, em São Torquato, Vila Velha. Um dos objetivos do novo chefe da Polícia Federal é intensificar o combate ao tráfico de armas e drogas no Estado, possibilitando, assim, um combate mais eficaz nos crimes contra a vida.
A posse do novo superintendente contará com as seguintes presenças: diretor-geral da Polícia Federal, delegado Paulo Gustavo Maiurino; diretor de Logística da instituição, delegado André Viana Andrade; diretor de Gestão de Pessoal, delegado Oswaldo Paiva da Costa Gomide; e o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, delegado Edvandir Félix de Paiva.
Na última quinta-feira (29/07), a Polícia Federal inaugurou o Centro Integrado de Investigações e Operações de Segurança Pública no Estado do Rio de Janeiro da Missão Redentor. Trata-se de uma unidade que, além de mapear áreas de influência e atuação de grupos criminosos violentos, pretende desarticular as suas estruturas organizacionais, por meio da prisão de lideranças e da apreensão de material ilícito, valores e bens adquiridos com recursos originados nos delitos praticados.
O Centro de Inteligência, que funciona na Superintendência Regional do Rio, começa a receber meios e equipamentos para realizar os trabalhos de investigação, interceptação, monitoramento e processamento das informações obtidas.
O delegado federal Eugênio Ricas acredita que as ações desenvolvidas pelo Centro de Inteligência do Rio poderão beneficiar também o Espírito Santo: “Considerando que o crime organizado atualmente está extremamente interconectado e espalhado pelo País, bem como a proximidade do Rio com o Espírito Santo, é possível sim que o Centro de Inteligência desenvolva ações que tenham algum impacto em nosso Estado”, disse, ao Blog do Elimar Côrtes, o novo superintendente da Polícia Federal em solo capixaba, na manhã desta terça-feira (03/08).
Bastante empolgado e feliz para a nova missão, Eugênio Ricas poderá devolver à Polícia Federal o protagonismo que a instituição teve no passado no Espírito Santo: a de realizar operações mais frequentes de combate, não só à corrupção, mas a outros crimes, como o de tráfico de drogas e armas e assassinatos.
No Estado, mais de 70% dos homicídios estão intimamente ligados a brigas de traficantes, que matam seus rivais pelo domínio de pontos de vendas de drogas em bairro da Grande Vitória e no interior. Na esteira desse combate, estará também no radar da Polícia Federal o enfrentamento às organizações criminosas que atuam no tráfico e nos homicídios, focando nas finanças dos bandidos, combatendo os chamados crimes de lavagem de dinheiro praticados pelos narcotraficantes capixabas.
Entretanto, para alcançar sucesso nas investigações e na nova missão, o delegado federal Eugênio Ricas aposta também na união entre a PF e as demais forças de segurança públicas capixabas, que ele já conhece muito bem por ter sido secretário de Estado da Justiça e do Controle e Transparência:
“Acredito muito no trabalho integrado das forças de segurança. Se trabalharmos juntos, os resultados serão sempre muito melhores do que combatendo o crime isoladamente. Com essa perspectiva, tenho convicção de que a Polícia Federal precisa trabalhar ombreada com as demais forças para combater por exemplo o tráfico de armas e drogas que, sem dúvida, contribuem muito para aumento do índice de homicídios”, pontuou Eugênio Ricas.
Experiência policial
Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Belo Horizonte em 1999, Eugênio Ricas foi delegado de Polícia Civil no Estado do Mato Grosso de 2002 a 2003, tendo atuado no Grupo de Combate ao Crime Organizado.
Em 2003 tomou posse como delegado de Polícia Federal tendo sido lotado em Ilhéus, Bahia. De 2004 a 2009 foi lotado no Espírito Santo, onde chefiou a Delegacia de Defesa Institucional, a Delegacia de Repressão ao Tráfico de Armas, a Delegacia de Repressão a Crimes Patrimoniais e a Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários. Também no Espírito Santo realizou algumas grandes investigações como a Operação Esfinge, Operação Capelo, Operação TNT e Operação Duty Free, dentre outras.
De 2009 a 2011 foi delegado Regional Executivo no Maranhão, quando recebeu a Superintendência em um dos últimos lugares no ranking de produtividade da Corregedoria Geral da PF. Em 2011 deixou a Superintendência do Maranhão em primeiro lugar geral no ranking de produtividade nacional.
De 2011 a 2013 foi lotado em Minas Gerais onde chefiou a Delegacia de Repressão a Crimes Patrimoniais e fundou o Grupo de Pronta Intervenção, após realizar o 5º Curso de Técnicas de Intervenção (CTI) no Comando de Operações Táticas da PF, em Brasília.
Em 2013, foi cedido ao Governo do Estado do Espírito Santo, onde assumiu a subsecretária de Estado da Justiça. Em janeiro de 2014, assumiu a Secretaria de Estado da Justiça, responsável pela gestão do sistema prisional.
Em 2015 recebeu o prêmio INOVES de Gestão Pública, após ajudar a transformar um patamar de uma rebelião a cada 45 dias em mais de 3 anos sem nenhuma rebelião no Espírito Santo.
Em 2016, assumiu a Secretária de Estado de Controle e Transparência do Espírito Santo, responsável pelo controle interno do governo, tendo sido recordista nacional em aplicações de sanções baseada na lei anticorrupção. Além disso, inovou o sistema de controle interno e implementou o Código de Integridade do contratante com a administração pública.
De novembro/2017 a março/2018 foi Diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, em Brasília. De setembro/2018 a julho/2021 foi Adido Policial Federal nos Estados Unidos.
É mestre em Gestão Pública pela UFES (2017); graduado pela National Academy do FBI, em Quantico/Virgínia (2012); graduado em Política e Estratégia de Defesa pela National Defense University, Washington, DC (2019) e em Filosofia da Justiça, pela Harvard University (2020). Também é especialista em Ciências Criminais pela Universidade do Amazonas (2005) e especialista em Inteligência de Segurança Pública pela Universidade de Vila Velha (2011).
É professor de Direito Penal da Escola da Magistratura do Paraná. Autor de inúmeros artigos e de livros publicados. Eugênio Ricas é casado e pai de dois filhos.