Por falta de uma proposta concreta por parte do governo do Estado ao pleito da categoria, que reivindica melhoria salarial, os delegados de Polícia Civil do Espírito Santo decidiram manter o movimento de protestos. Em assembleia geral ocorrida na tarde de terça-feira (18/02), eles resolveram pela realização de mais um dia de mobilização, que será na próxima segunda-feira (24/02), na Assembleia Legislativa, na Enseada do Suá.
Os delegados vão se concentrar na portaria da Assembleia a partir das 9h30. Às 11 horas, vão acompanhar a sessão da Comissão de Segurança Pública, presidida pelo deputado estadual e delegado de Polícia licenciado Gilsinho Lopes. À tarde, vão se posicionar nas galerias para assistir a sessão do Parlamento. A manifestação dos delegados na Assembleia Legislativa se estenderá até as 17 horas.
É provável que duas das lideranças nacionais dos delegados participem do ato de protesto dos colegas capixabas: o presidente da Federação Nacional dos Delegados de Polícia, José Paulo Pires (PC/Rio); e o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado de São Paulo, George Melão.
Também ficou estabelecido que os delegados plantonistas dos antigos Departamentos de Polícia Judiciária – transformados em Delegacias Regionais – passarão a cumprir o que eles denominaram de “Pacto pela Legalidade” a partir do próximo domingo (28/02). Leia mais sobre o assunto no link http://elimarcortes.blogspot.com.br/2014/02/pacto-pela-legalidade-delegados.html
Ainda na assembleia geral de terça-feira, os delegados mantiveram decisão anterior de suspender o cumprimento de medidas cautelares a partir do dia 6 de março. A decisão significa que os delegados vão parar de pedir e de cumprir mandados de prisão, de busca e apreensão, pedidos de prisão preventiva ou temporária de suspeitos de crimes. Também deixarão de pedir e de cumprir interceptações telefônicas. A suspensão se dará em todas as unidades da Polícia Civil.
Na segunda-feira à tarde, diretores do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindelpo) se reuniram por mais de duas horas com o governador Renato Casagrande, no Palácio Anchieta. Casagrande reconheceu como legítima a reivindicação dos delegados por melhoria salarial, porém não quis se comprometer formalmente sobre que decisão tomará em relação ao pleito.
A diretoria do Sindelpo, no entanto, acredita que o governador Renato Casagrande e demais membros de seu governo se sensibilizarão com o pleito da categoria. Tanto que espera ainda proposta concreta por parte do governo e descartou, na assembleia geral de terça-feira, a realização de uma greve, que chegou a ser pedida por alguns delegados que estavam com os ânimos mais exaltados.
Colocada em votação, a proposta de greve não foi aprovada. “Descartamos fazer greve por hora para não prejudicar a população capixaba”, assegurou o presidente do Sindelpo, Rodolfo Laterza. “Porém, vamos continuar em assembleia geral permanente”, concluiu o líder classista.