O governo do Estado já está estudando o nome do sucessor do secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, o delegado federal Rodney Miranda. O secretário deixará o cargo até abril, para se candidatar a uma das vagas de deputado federal pelo DEM.
O nome mais cogitado do momento é o do atual comandante geral da Polícia Militar, coronel Oberacy Emmerich Júnior.
A costura para a escolha do sucessor de Rodney Miranda – que está em crise com o Alto Comando da PM há quase seis meses, por causa do livro “Espírito Santo” – está sendo feita pelo governador Paulo Hartung e o vice Ricardo Ferraço.
A palavra final será de Ferraço, que vai concorrer à sucessão de Hartung, que, por sua vez, deixará o cargo em abril para concorrer a uma vaga no Senado.
De acordo com fontes do Palácio Anchieta, mesmo que Rodney Miranda recua de sua intenção de disputar eleição para deputado federal, ele não continuará no cargo a partir de abril. Rodney Miranda não é um nome muito simpático a Ricardo Ferraço.
O coronel Emmerich, de 45 anos, é um nome de consenso dentro do governo, segundo informam assessores mais próximos de Hartung e Ricardo Ferraço.
Emmerich, na avaliação dos mesmos assessores, soube conduzir o comando da PM com disciplina e organização, mesmo no auge da crise entre os demais coronéis da ativa e o secretário Rodney Miranda.
Rodney, o juiz Carlos Eduardo Lemos Ribeiro e o sociólogo carioca Luiz Eduardo Soares escreveram o livro “Espírito Santo” para contar os bastidores das investigações do assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, ocorrido em março de 2003, em Vila Velha.
Citaram passagens em que militares da ativa teriam tentado prejudicar as investigações.
Teriam feito outras citações, que os coronéis da ativa e os dirigentes de todas as entidades de classe da Polícia Militar consideraram como uma ofensa à corporação.
Os coronéis e os demais militares – oficiais e praças – romperam com o secretário da Segurança Pública, pedindo, publicamente, a saída de Rodney do governo.
Durante esta crise, que ainda não acabou – os coronéis deixaram claro que Rodney Miranda é “persona non grata” até mesmo em solenidades militares –, coube ao comandante Emmerich a posição de equilíbrio dentro da corporação.
Apesar da crise com Rodney Miranda, os coronéis, no entanto, sempre mantiveram a ordem e disciplina nas unidades militares.
O coronel Emmerich ingressou na Polícia Militar em 1983 e já foi subcomandante do Centro de Formação e Aperfeiçoamento (CFA), comandante do 1º e 4º Batalhões, diretor do Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes) e comandante do Policiamento Ostensivo Metropolitano (CPOM), onde estava até ocupar o mais alto cargo na PM.
Ele é também graduado em Educação Física pela Universidade Federal do Espírito santo (Ufes) e especialista em fisiologia do exercício. O coronel Emmerich realizou vários cursos específicos na área militar, destacando-se o de Polícia Comunitária “Sistema Cobam” em Tóquio/Japão em 2001 e o de Direitos Humanos e Direito Internacional Humanitrário pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha no ano de 1999.