Diferente do que fez o mercado imaginar,o Ministério Público investigou, há mais de dois anos atrás, denúncias de desvio de dinheiro no Instituto de Atendimento Socidoeducativo do Espírito Santo (Iases), autarquia vinculada à Secretaria de Estado da Justiça (Sejus). As investigações foram conduzidas pelos promotores de Justiça que atuavam no Grupo Especial de Trabalho Investigativo (Geti).
De acordo com fontes da Procuradoria Geral de Justiça ouvidas pelo Blog do Elimar Côrtes, o Geti teria chegado às mesmas conclusões da Polícia Civil, que acaba de concluir a Operação Pixote, que descobriu diversas irregularidades – desvio de dinheiro, favorecimento a empresas privadas, instigação a rebeliões nas unidades de internação de adolescentes em conflito com a lei, tortura – no Iases.
As investigações do Geti começaram ainda em 2010, quando o governador do Estado era Paulo Hartung e o procurador geral de Justiça era Fernando Zardini. Porém, por um capricho dos próprios promotores de Justiça do Geti, em vez de oferecer logo denúncia na esfera criminal, eles preferiram enviar as peças para a Promotoria Cível, sugerindo ação de improbidade administrativa contra dirigentes do Iases.
Entretanto, o inquérito continua tramitando na Promotoria Cível e até o momento nenhuma denúncia foi oferecida.
Ressalte-se, todavia, que as investigações concluídas pela Força Tarefa criada para investigar denúncias de corrupção e tortura no Iases não foram impulsionadas pelo Geti. A Polícia Civil fez investigações por ela mesma, tendo, contudo, parceria com certos setores do Ministério Público.