Notícias que vêm de Brasília dão conta de que, se o presidente Jair Bolsonaro demitir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o Governo Federal poderá perder outros dois nomes de peso: o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Os três ministros estão de “saco cheio” com o Presidente – e vice-versa. Os três são alvo de críticas de Bolsonaro e seus seguidores digitais.
A saidinha de Bolsonaro, no domingo (29/03), pelas ruas de Brasília, desobedecendo a recomendações das autoridades da Saúde tanto do Brasil quanto de outros países, irritou ainda mais o ministro Mandetta e seus demais colegas.
De acordo com o colunista Tales Faria, do Portal de Notícias UOL, o Presidente tem dito aos auxiliares mais próximos que está “de saco cheio de Mandetta”. Segundo fontes, Bolsonaro só não demitiu o ministro da Saúde “para evitar agudizar a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.”
Bolsonaro já teria até escolhido um sucessor para o lugar do ministro da Saúde. “Trata-se do presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, que é médico da Marinha”, informa Tales Faria.
Jair Bolsonaro é o único chefe de Estado do mundo a tratar com desdém as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), de seu ministro Mandetta e de demais autoridades médica quanto a melhor forma de prevenir o contágio do coronavírus, que é o isolamento social.
Enquanto governadores e prefeitos baixaram medidas preventivas, o Presidente da República vive a estimular a população a ir para as ruas e voltar à normalidade, afirmando que apenas pessoas acima de 60 anos devem ficar em casa.
No domingo (29/03), Bolsonaro saiu às ruas de Brasília para visitar lojas e confraternizar com a população, irritando ainda mais o ministro Mandetta.
Ainda nesta segunda-feira (30/03), o Estadão publicou que o presidente Bolsonaro “está irritado com a postura do ministro da Justiça, Sergio Moro, na crise do coronavírus”. De acordo com a publicação, o Presidente reclamou a interlocutores que Moro é “egoísta” e “não está atuando para defender as suas posições no enfrentamento às medidas restritivas dos Estados e municípios como controle da covid 19”. Bolsonaro reclama de estar “desassistido juridicamente”.
Nas redes sociais, defensores de Bolsonaro fazem ironia com o ministro símbolo do combate à corrupção. Numa primeira foto, Moro está com uma máscara na boca. Na segunda, a proteção cobre os olhos. Na terceira, duas máscaras tapam os ouvidos.
Desde ano passado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, vem sofrendo processo de fritura por parte do presidente Bolsonaro e de bolsonaristas. O ministro tem se posicionado em favor da importância da prevenção ao coronavírus e dito que o País conseguirá sair da crise econômica.
Em Brasília, há quem diga que Bolsonaro e Paulo Guedes não podem mais sequer sentar-se na mesma mesa. Assessores dos dois temem, inclusive, que ambos entrem em vias de fato.
Brasília está pegando fogo. Na política!