O coordenador do Grupo Institucional de Trabalho de Segurança Pública, desembargador Telêmaco Antunes de Abreu Filho, está preocupado com a crescente onda de violência no Estado. Para ele, a criminalidade no Espírito Santo aumentou bastante depois da migração de bandidos cariocas para o Estado.
O desembargador marcou para sexta-feira (02/03) mais uma reunião do grupo e, desta vez, espera que os representantes das polícias Civil e Militar estejam presentes no encontro.
A reunião de sexta-feira vai estabelecer uma ação em conjunta das forças policiais – Federal, Rodoviária Federal, PM e Polícia Civil –, além do Judiciário e Ministério Público para tirar de circulação acusados de crimes com mandado de prisão em aberto e que, na avaliação do desembargador Telêmaco de Abreu Filho, podem estar por trás dos crimes que vêm ocorrendo no Estado.
“Não podemos continuar deixando os criminosos à solta. A situação só está piorando porque, a esses já procurados, estão se juntando outros delinquentes que, com certeza, estão migrando para o Espírito Santo depois que o Rio de Janeiro apertou o cerco a eles. Estão acontecendo fatos por aqui que não são normais, o que demonstra que os criminosos estão se especializando. As polícias têm que agir. O Judiciário vai dar todo o suporte, mas a ação é da Polícia. Este foi um pedido do próprio governador Renato Casagrande”, alertou Telêmaco de Abreu Filho.
A Delegacia Interestadual de Busca e Captura (Polinter) da Polícia Civil informa que existem cerca de 35 mil mandados de prisão em aberto no Estado, mas o Judiciário começa a fazer uma filtragem nessa informação para chegar ao número real.
Segundo a Assessoria de Imprensa do Tribunal de Justiça, em algumas Comarcas já está sendo feito um trabalho de Inteligência policial para identificar a localização dos criminosos, para que a partir de 15 de julho todos os dados estejam no Cadastro Nacional de Mandados, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A região por onde será iniciada a operação está sendo mantida em total sigilo e já deveria ter sido deflagrada antes do Carnaval, para tirar de circulação criminosos que ameaçam a tranquilidade dos capixabas.
Mas, como policiais civis e militares realizaram assembleias em que discutiram a possibilidade de greve – o que acabou não acontecendo –, o comando das duas polícias preferiu não enviar representantes à última reunião do Grupo Institucional de Trabalho de Segurança Pública.
“O índice de criminalidade no Espírito Santo está desse jeito por causa da presença desses criminosos, que devem estar por aí cometendo os mesmos delitos”, lamentou o desembargador Telêmaco de Abreu Filho.
De acordo com a Assessoria de Imprensa do TJ, o grupo de trabalho deverá voltar a se reunir nesta sexta-feira (2) ou, se houver problema de agenda dos participantes, no dia 9 de março, quando serão definidos os detalhes do mutirão, que terá sua primeira operação realizada até o dia 15, segundo Telêmaco de Abreu Filho.
O grupo de trabalho é composto, ainda, pela juíza de Direito Hermínia Azoury; o procurador de Justiça Sócrates de Sousa, representante do Ministério Público; o secretário Henrique Herkenhoff, representante do Governo do Estado; o delegado Erivelton Leão de Oliveira, superintendente regional da Polícia Federal; e o inspetor Argeu José Vieira Frittoli Rangel, superintendente regional da Polícia Rodoviária Federal.