Depois de se envolver em um escândalo sexual, em que, supostamente, seria vítima de uma possível extorsão, o ex-deputado federal Carlos Manato (PSL/ES) foi exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) do cargo de da chefia da Secretaria Especial para a Câmara da Casa Civil. A exoneração se deu a pedido do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
De acordo com fontes ouvidas pelo site Blog do Elimar Côrtes, em conversa com Bolsonaro, o ministro alegou que Manato teria que ser demitido por “incompetência”, pois não estava conseguindo ajudar o governo na articulação com o Congresso Nacional. O próprio Bolsonaro estava insatisfeito com o fraco desempenho de Manato nas articulações políticas.
Carlos Manato, que até então era o homem forte do presidente Bolsonaro no Espírito Santo, não é o único com a cabeça a prêmio. O próprio ministro Onyx deverá perder o cargo a qualquer momento caso não consiga melhorar o relacionamento com o Parlamento:
“Neste primeiro momento, o ministro Onyx tenta jogar para cima de Carlos Manato os fracassos do governo nas articulações com o Congresso Nacional (Senado e Câmara dos Deputados). Porém, se Onyx não conseguir melhorar a articulação, é ele quem vai cair. Na verdade, Manato e Onyx sempre foram parlamentares do baixo clero. Falam muito bem para seus Estados, mas tinham pouca voz na Câmara Federal”, avaliou um deputado federal capixaba, reeleito em 2018.
O site Antagonista também já havia informado, na sexta-feira (07/06), data da exoneração, que o ministro Onyx avaliou que “Manato não estava ajudando na articulação com o Legislativo”.
À Agência Congresso, no entanto, o ex-deputado afirmou que “o ministro é centralizador, quer fazer tudo sozinho, e a culpa não pode ser nossa, porque eu só fazia o que ele mandava.”
Carlos Manato preside o PSL no Espírito Santo e tentou indicar uma saída honrosa para sua demissão, dizendo que vai para o Ministério da Educação, onde, segundo ele, encontraria mais “folga” para trabalhar e em Brasília e no Espírito Santo.
De acordo com a Agência Congresso, Carlos Manato disse que sua vida é pública, e sempre será investigado, mas alega não ter nada a esconder: “Eu sou investigado, fui candidato majoritário ao governo do Espírito Santo, então tudo que eles [imprensa] possam pesquisar eles já pesquisaram e não encontraram nada, não foi como com o Onyx [Lorenzoni] que descobriram o caixa dois e ele teve que admitir.”
Na quinta-feira (06/06), um dia antes de ser demitido, Manato recebeu em sua casa, em Brasília, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, para um jantar. Estaval, além da deputada federal Doutora Soraya, esposa de Manato, o secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do MEC, Carlos da Costa, e alguns deputados federais.
“No meio da correria sempre é bom ter essa pausa, para se reunir com os amigos. O menu, é claro, foi uma moqueca capixaba”, escreveu Manato em uma página no Facebook.
O jantar, no entanto, desceu indigesto para o ministro Onyx, que teria ficado mais chateado ainda com Manato.
Em 22 de fevereiro de 2019, Carlos Manato teria sido vítima de uma suposta extorsão. Ele teria se envolvido com a comerciante Simone Lima Silva, com quem teve caso amoroso. Depois, alegou na Polícia Civil que a moça estaria lhe pedindo dinheiro para não divulgar suposto vídeo íntimo, que nunca apareceu.