A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) convoca seus associados para participarem, no dia 28 de maio, da Assembleia Geral Extraordinária que deliberará sobre as medidas tomadas no caso de não atendimento pelo governo da pauta de reivindicações da classe. Entre elas, serão discutidas a possibilidade da entrega das chefias por parte dos Delegados Federais nas diversas unidades da Polícia Federal nos estados e a paralisação de 24 horas no mês de junho, conforme data a ser previamente comunicada pela Executiva nacional.
A primeira convocação será feita às 9 horas do dia 28 de maio, e a segunda e última às 9h30, no auditório da sede da ADPF, na SHIS QI 7, conjunto 6, casa 2, Lago Sul, Brasília/DF. As Diretorias Regionais deverão consultar os associados por intermédio de assembleia dos respectivos estados até 27 de maio. Realizadas as reuniões, as diretorias deverão enviar as atas dos encontros para a ADPF Nacional pelo e-mail [email protected] até o dia 28 de maio.
Em nota postada em seu site, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) informa que, por ser “legítima representante de cerca de 85% do efetivo dos servidores da Polícia Federal”, diante da ameaça de greve dos ocupantes do cargo de Delegado da Polícia Federal comunicada por intermédio de sua entidade associativa, “vem a público informar que todos os serviços e atividades do órgão serão devidamente mantidos e a sociedade não sofrerá qualquer tipo de prejuízo.”
“Alertamos ainda que eventuais mandados expedidos pelo Poder Judiciário serão devidamente comunicados ao MPF (Ministério Público Federal) e seus possíveis cumprimentos serão realizados pelos Agentes Federais, além da manutenção de serviços relacionados a passaportes, segurança privada, controle de produtos químicos, registro e porte de armas, dentre outros.”
Por fim, na nota, a “Fenapef destaca o compromisso de que os serviços serão realizados e a população brasileira não sofrerá ainda mais com os problemas relacionados à segurança pública.”
Delegados fazem protesto em Brasília
No dia 6 deste mês, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) promoveu, em Brasília, um ato para que os cortes no Orçamento, a serem anunciados pelo governo federal, em meio ao ajuste fiscal, não afetem a polícia. No movimento ‘Deixa a PF Trabalhar’, delegados criticaram o que classificaram de tentativa do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de limitar a ação da PF na Operação Lava Jato. Em abril, Janot divulgou nota afirmando que cabe ao Ministério Público Federal definir a estratégia de investigação da Operação Lava Jato.
De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Marcos Leôncio Ribeiro, o movimento tem como objetivo preservar as atribuições da PF, seja na questão orçamentária, seja no processo investigatório.
“O que queremos dizer é: queremos fazer o nosso trabalho. Deem condições para que possamos fazer esse trabalho. Isso serve tanto para o Ministério do Planejamento, da Fazenda, como para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot”, explicou Ribeiro.
Segundo o presidente da associação, nos últimos 12 anos, a PF tem vivido de ciclos, ora de investimentos, ora de aperto financeiro. Os cortes orçamentários, frisou Ribeiro, têm prejudicado a atuação da Polícia Federal e, se forem feitos este ano, há o risco, inclusive, de faltar dinheiro para o pagamento de combustível das viaturas.
“Esse movimento demonstra a preocupação de que a gente não entre no pior dos ciclos, que é o declínio. Estamos fazendo um alerta para que a sociedade nos ajude a pressionar os poderes da República a aliviar os cortes e limitações sofrido hoje pela Polícia Federal”, disse.
“Reconhecemos que os cortes não são exclusivos da Polícia Federal, mas temos uma dinâmica diferente. A operação policial tem o tempo dela e não podemos ficar aguardando que alguém autorize diárias, despesas para uma operação, porque ela tem que ocorrer naquele momento”, argumentou Ribeiro.
No dia 29 de abril deste ano, delegados de Polícia Federal lançaram em Vitória o pacote anticorrupção e a campanha por autonomia administrativa e financeira da Polícia Federal. O lançamento da campanha por mais autonomia e a apresentação do pacote de sugestões dos federais para o combate à corrupção faz parte de uma estratégia da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), que, no dia 14 de abril este ano, promoveu evento em Brasília para mostrar à sociedade suas propostas e reivindicações.
(Com informações do site da ADPF)