A Polícia Civil já está investigando denúncia que aponta que os chefões do crime organizado do Sul do Estado teriam arquitetado um plano para matar o advogado Luiz Cláudio Almeida de Oliveira, irmão do empresário Sebastião Carlos de Oliveira Filho, assassinado em 16 de julho de 2008 em Mimoso do Sul.
O empresário foi assassinado a tiros por um consórcio formado por políticos, empresários, bicheiros e policiais civis e militares. Foi morto por que cobrava uma dívida em torno de R$ 300 mil dos mandantes do crime.
Sebastião Carlos de Oliveira era dono de postos de combustíveis e vendia gasolina para a frota de veículos da Prefeitura de Mimoso do Sul. Os dois sócios – José Jardel Astolpho e Roney Ferreira – teriam recebido o valor do serviço, mas não repassaram para a empresa. Quando descobriu a fraude, Sebastião passou a cobrar dos sócios. Acabou sendo assassinado.
Na semana passada, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) manteve a decisão de primeiro grau, que vai levar a julgamento pelo Júri Popular os empresários José Jardel Astolpho (ele também é vereador em Mimoso do Sul) e Roney Ferreira, acusados de serem mandantes do assassinato de Sebastião Carlos de Oliveira Filho.
Ao julgar o recurso interposto por Roney, o relator do processo 00016910820108080032, desembargador Ney Batista Coutinho, proferiu voto afirmando que não há em se falar de nulidade da pronúncia dos dois réus, uma vez que nos autos existem indícios mais que suficientes para serem submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri, sendo este o instrumento julgador apto para decidir pela condenação ou não dos réus.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Roney teria intermediado toda a ação a pedido do vereador de Mimoso do Sul. Outros dois acusados que aguardam julgamento são o policial civil Sebastião Almeida de Carvalho, conhecido como Tião PC e Tião Cinquentinha, e o ex-policial militar Edílson Silva Lopes, que teriam auxiliado a planejar todo o crime. Edilson foi expulso da PM justamente por causa da morte do empresário Sebastião.
Os executores, Jocimar Marques, o Mazinho, e Marcos Henrique Muniz Coutinho, já foram julgados e condenados a 19 anos de prisão.
O advogado Luiz Cláudio de Oliveira foi advertido pela Corregedoria Geral de Polícia Civil de que o policial civil Tião Cinquentinha esteve recentemente em Mimoso do Sul com objetivo de contratar um pistoleiro matar matá-lo.
Há uma semana, o caso já está sendo investigado pelo Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas à Corrupção, da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social.
Luiz Cláudio de Oliveira já comunicou o fato à Justiça e espera que a qualquer momento seja decretada a prisão do vereador José Jardel Astolpho, do empresário Roney Ferreira e do policial civil Tião Cinquentinha.
Detalhe: o ex-policial militar Edilson está preso desde o dia em que Sebastião Carlos de Oliveira Filho foi assassinado, tão logo a Polícia Civil descobriu seu envolvimento no crime. Já o policial civil Tião Cinquentinha continua livre, leve e solto. Na PM, o comando geral já expulsou Edilson. Na Polícia Civil, Tião Cinquentinha continua usando distintivo da instituição