Um dia depois do Instituto de Atendimento Sócio-Educativo do Estado do Espírito Santo (Iases) abrir processo administrativo para investigar servidores acusados de desvio de dinheiro do órgão para favorecer a Associação Capixaba de Desenvolvimento e Inclusão
Social (ACadis), a Justiça soltou mais oito denunciados por participação no esquema de fraudes milionárias contra o Estado.
Foram soltos na noite desta terça-feira (18/12) no período da noite, a ex-diretora presidente do Iases, a assistente social Silvana Gallina, a ex-diretora financeira do Iases e ex-secretária de Assistência Social de Renda e Cidadania de Viana, Danielle Merisio Fernandes Alexandre, o ex-xerife da Acadis, o colombiano Gerardo Mondragón, que se diz frei. Além dos três, 10 pessoas foram detidas no dia 17 de agosto deste ano.
No total, 17 suspeitos de participação nas fraudes foram denunciados pelo Ministério Público com base nas investigações da Operação Pixote, feita pela Força Tarefa da Polícia Civil, comandada pelo delegado Rodolfo Queiroz Laterza, criada pelo governador Renato Casagrande para investigar denúncias de tortura e corrupção no Iases.
Contra a maioria dos indiciados pesam acusações de crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, peculato, falsidade ideológica e apropriação indébita.
Também deixaram à cadeia, o ex-diretor administrativo da Imbradese e funcionário da Acadis em Linhares, Marcos Juny Ferreira Lima, o ex-diretor financeiro, Douglas Fernandes Rosa, o ex-diretor da Acadis de Linhares e sócio de Mondragon nas empresas GM Empreendimentos Ltda e e Inbradese, Ricardo Rocha Soares.
Ainda ganhou a liberdade, o ex-diretor técnico do Iases e ex-assessor da Secretaria de Justiça Antônio Haddad Tápias.
O advogado André Luiz da Silva Lima, preso no Corpo de Bombeiros, também foi beneficiado pela decisão do juiz da 8ª Vara Criminal de Vitória, Ivan Costa Freitas.
Durante a Operação, Gerardo Mondragón foi acusado de ter assinado contratos superfaturados e sem licitação com o Iases para cuidar da ressocialização de adolescentes em conflito com a lei.
Enquanto isso, o Diário Oficial do Estado publicou, na segunda-feira (17/12), ato constituindo a Comissão Especial para abertura de Processo Administrativo a fim de apurar as denúncias de irregularidades cometidas no Iases.
Para instituir a comissão de investigação, a direção do Iases deu as seguintes justificativas:
“Considerando os fatos objeto de apuração no Inquérito Policial n° FT 01/12 relativos à contratação e respectiva execução contratual havida entre o IASES – Instituto de Atendimento Sócio-educativo do Estado do Espírito Santo e a ACADIS – Associação Capixaba de Desenvolvimento e Inclusão
Social; Considerando a gravidade dos fatos que deram origem à investigação Policial que ensejou a prisão temporária de autoridades e gestores públicos, bem como de representantes da pessoa jurídica de direito privado supostamente envolvidos em atos ilícitos decorrentes da contratação precitada; Considerando o que dispõe os artigos 15, 16 e 35 da Lei Complementar estadual n° 489/2009, o artigo 12 do Decreto 2.484-R/2010, bem como o artigo 4° da Portaria n° 001/12, que dispõem sobre a instauração de procedimento administrativo para apuração das causas determinantes da intervenção e adoção de medidas administrativas cabíveis”.