O corte nas despesas do Executivo Estadual determinado pelo governador Paulo Hartung já está atingindo a segurança pública. Pelo menos até o dia 31 deste mês está suspensa a Operação Verão nos balneários do Norte e Sul do Espírito Santo, justamente no período em que mais há pessoas nas praias. Também foram cortados 20% dos combustíveis destinados às viaturas das polícias Militar e Civil e o novo comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Carlos Marcelo D’Isep Costa, suspendeu o concurso para Oficiais.
A Operação Verão está praticamente desativada porque o governo mandou suspender o pagamento das diárias aos praças e oficiais da Polícia Militar que eram deslocados das unidades do interior para as praias do Sul e do Norte do Estado. Houve autorização para pagamento somente da primeira parte da operação, que foi do dia 1º a 15 de janeiro. Mesmo assim, o pagamento das diárias ainda não foi efetuado. Os policiais trabalharam, mas vão receber futuramente.
Foi encaminhado ofício para os comandantes das unidades da PM determinando o não deslocamento de policiais do interior para o litoral dos dias 16 a 31 de janeiro, período da segunda fase da Operação Verão. As outras etapas acontecerão de 1º a 15 de fevereiro e de 16 a 22 de fevereiro, quando se encerra o Carnaval. Não se sabe ainda se a suspensão do pagamento das diárias continuará na terceira e última etapas da operação. O valor da diária de cada policial é de R$ 132,00.
Com a suspensão parcial da Operação Verão, as praias localizadas do trecho que vai de Presidente Kennedy até Conceição da Barra estão com o policiamento somente local. Ou seja, o normal do restante do ano. A exceção é Grande Vitória, que possui maior efetivo e não exige o deslocamento de policiais de outras regiões, o que evita pagamento de diárias.
A Operação Verão deveria conta com cerca de 5 mil policiais, mas os Comandos de Policiamento Norte e Sul receberam ordem para não deslocar mais militares para os balneários, até a segunda ordem.
O corte de despesas preocupa mais a Polícia Militar por conta de suas atribuições operacionais, como o policiamento ostensivo e preventivo. Por isso, os comandantes de unidades estão preocupados também com a redução de 20% no custeio com combustível. Um coronel explicou que cada viatura tem cota mínima de R$ 1 mil por mês. Com o corte de 20%, passa a gastar apenas R$ 800,00:
“O corte de R$ 200,00 no combustível reduz em muito a capacidade operacional de uma guarnição. Estamos perdendo 20% de nossa capacidade de ostensividade em pleno verão, quando a população do Estado quase que dobra devido à presença de turistas e mais pessoas nas ruas, por causa das férias escolares”, ponderou um coronel.
A PM teme que a redução de sua capacidade operacional se reflita nas ruas, mas os números demonstram queda no número de assassinatos este ano em relação ao mesmo período de 2014. De acordo com boletim reservado divulgado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social para comandantes de unidades da PM e da Polícia Civil, até a madrugada desta quarta-feira (21/01) 95 pessoas foram vítimas de homicídio no Estado: 50 na Grande Vitória, 34 no Norte (de Ibiraçu para cima) e 11 no Sul. No mesmo período no ano passado, o Estado já havia registrado 113 assassinatos: 73 na Grande Vitória, 34 no Norte e seis no Sul. A preocupação dos oficiais que atuam nos municípios do Sul do Estado é que, dos 11 assassinatos ocorridos este ano na região, sete foram no litoral.
Corpo de Bombeiros suspende concurso para contratação de Oficiais
No Diário Oficial desta quarta-feira, o comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Carlos Marcelo D’Isep Costa, divulgou edital em que resolve suspender o concurso público para o ingresso na carreira de Oficiais Bombeiros Militares pelo Curso de Formação de Oficiais regido pelo Edital CBMES/CFO-2011 Nº 01, de 08 de dezembro 2010, devido ao comando exarado pelo Decreto Nº 3755-R, de 02 de janeiro de 2015, que estabeleceu diretrizes e providências para contenção de gastos do Poder Executivo Estadual no exercício de 2015. Ele informa que a continuidade do certame ficará atrelada à apreciação e autorização do Comitê de Controle e Redução dos Gastos Públicos, instituído pelo Decreto de Paulo Hartung.