Os coronéis Marco Aurélio Capita e Julio Cezar Costa acabam de entregar seus cargos ao comandante-geral da Polícia Militar, Oberacy Emerich Júnior. O primeiro era chefe da Diretoria de Apoio Logístico (DAL) e, Capita, era comandante da Corregedoria Geral da PM.
A decisão, segundo eles, foi tomada assim que leram o Blog do jornalista Elimar Côrtes, que informou, em primeira mão, o afastamento do coronel Renato Duguay da PM.
Renato, por ser o mais antigo do grupo, é o porta-voz dos coronéis da ativa que se rebelam contra o secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Rodney Miranda, por conta do livro “Espírito Santo”, que revela os bastidores do assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, ocorrido em março de 2003.
O Diário Oficial desta sexta-feira publica a transferência do coronel Renato Duguay para trabalhar como assessor técnico do secretário Rodney.
Agora cedo, os coronéis Julio Cezar, Capita e outros oficiais se reuniram com o comandante Emerich. Julio Cezar e Capita assinaram documento entregando os seus cargos; os demais coronéis ficaram de tomar suas decisões no decorrer do dia.
Às 14 horas desta sexta-feira, os coronéis da ativa e demais oficiais da PM se reunirão no Clube dos Oficias da PM, na avenida Dante Michelini, em Camburi, para tomar novas decisões em relação ao que eles chamam de punição ao coronel Renato Duguay.
“Estou sofrendo um assédio moral. Me mandam trabalhar justamente com o homem que vem caluniando nossa corporação”, disse o coronel Renato Duguay.
O secretário Rodney Miranda é um dos três autores do livro – os outros são o juiz Carlos Eduardo Lemos Ribeiro e o sociólogo Luiz Eduardo Soares.
Os coronéis alegam que, no livro, Rodney Miranda teria “caluniado, desmerecido e humilhado toda a corporação, do soldado ao coronel”.
Os autores do livro entendem, por sua vez, que não cometeram nenhuma calúnia contra a corporação e nem contra militares. Eles afirmam que fizeram a obra com base nas investigações policiais e nos processo judiciais.