Com 1.065 votos, a delegada federal Erika Mialik Marena, que integra o grupo da Operação Lava Jato no Paraná, foi a mais votada na lista tríplice da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) para ter o nome indicado para o cargo de diretor-geral da PF. Em segundo lugar ficou o delegado federal Rodrigo de Melo Teixeira, com 924 votos; e o terceiro, Marcelo Eduardo Freitas, 685 votos.
A lista tríplice será entregue ao presidente em exercício Michel Temer (PMDB) nos próximos dias como uma sugestão para o cargo de diretor-geral da Polícia Fefedarl, atualmente ocupado por Leandro Daiello.
Erika Marena integra a Coordenadoria Geral da Operação Lava Jato no Paraná. Se tiver seu nome aceito por Michel Temer, ela será a primeira mulher a comandar a Polícia Federal brasileira. Erika Marena é representante da ADPF no Paraná.
Ao todo, foram contabilizados 1.338 eleitores do País inteiro, entre delegados associados e não associados da ADPF. Cada eleitor votou em três candidatos. A associação reúne 2.257 delegados federais, dos quase 2.500 que compõem a categoria.
Para o presidente da ADPF, Carlos Eduardo Sobral, a votação massiva da classe legitima e fortalece a lista tríplice. “A lista representa uma decisão da categoria, já adotada em congresso e ratificada por todas as instâncias da carreira”, afirmou Sobral. “O modelo é considerado o mais isento e técnico, inclusive sendo usado pelo Ministério Público Federal desde 2003, para indicação do procurador-geral da República”.
Para se candidatar à lista, o delegado tinha que ocupar a última classe da carreira e estar em atividade. Nove delegados federais apresentaram interesse em disputar uma vaga, sendo que os nomes passaram por sabatina promovida pela categoria antes da votação, que se encerrou na noite desta segunda-feira (30/05).
Para Carlos Sobral, “a indicação do diretor-geral por meio da lista tríplice é considerada um passo fundamental no sentido da autonomia da Polícia Federal, além de garantir a continuidade de operações importantes, como Lava Jato e Zelotes.” Os três nomes serão entregues ao presidente Temer ainda na primeira quinzena de junho.
Perfil dos integrantes da lista tríplice
Erika Mialik Marena
Natural de Apucarana/PR, a delegada federal Erika Mialik Marena entrou para a Polícia Federal no cargo de Delegada em 2003. Logo no primeiro ano participou da Delegacia de Crimes Financeiros (DELEFIN), em São Paulo/SP. Em 2005 foi coordenadora da Força-Tarefa CC5, em Curitiba/PR. Dois anos depois ingressou no Grupo de Repressão a Crimes Financeiros (GRFIN), em Curitiba/PR, permanecendo até 2011, sendo que os dois últimos anos foi Chefe do GRFIN.
No ano de 2012, Erika Marena participou da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários, também em Curitiba. No ano seguinte, chefiou a DELEFIN em Curitiba. A delegada é uma das peças importantes na Coordenação da Operação Lava Jato. Ela integrou à equipe em 2014 e permanece até hoje naquela que é a maior e mais importante operação contra a corrupção e a lavagem de dinheiro no Brasil.
Rodrigo de Melo Teixeira
Mineiro da cidade de Barbacena, o delegado federal Rodrigo de Melo Teixeira ingressou na Policia Federal no ano de 1999, após aprovação no concurso público do ano 1997/1998, para a carreira de Delegado de Polícia Federal. Ao longo da carreira, exerceu diversas funções de chefia, como na Delegacia de Repressão ao Tráfico de Entorpecentes na SR/PF/TO; no Núcleo de Combate a Crimes Financeiros (atual DELEFIN) na SR/PF/MG; na Delegacia de Imigração (Delemig).
Também ocupou o cargo de corregedor da Superintendência Regional da Polícia Federal de Minas Gerais. Atualmente se encontra lotado como secretário adjunto da Secretaria de Defesa Social do Estado de Minas. Representando a classe dos delegados da PF, foi diretor da ADPF/MG por dois mandatos e é o atual Diretor Nacional de Prerrogativas da Federação Nacional dos Delegados da Polícia Federal.
Marcelo Eduardo Freitas
Natural de Montes Claros, Minas Gerais, Marcelo Eduardo Freitas tornou-se delegado da Polícia Federal em 2002. Atualmente, chefia a Delegacia da Polícia Federal em sua cidade natal. Freitas é, também, professor da Academia Nacional de Polícia, em Brasília e doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidad Del Museo Social Argentino.
Ao longo de sua carreira, chefiou a Delegacia de Araguaína/TO (2002/2003), foi assessor de ministro do Supremo Tribunal Federal e delegado regional de Combate ao Crime Organizado/MG (2009 a 2011). Coordenou diversas ações de repressão às organizações criminosas, com repercussão nacional e internacional, como as operações Mar de Lama e Politéia, com foco no combate à corrupção e ao desvio de verbas públicas e a operação Curinga, com foco no combate a crimes previdenciários.
(Com informações também do Portal da ADPF)