Os três deputados que compõem a bancada policial na Assembleia Legislativa, Josias Da Vitória (PR), Rodney Miranda (DEM) e Gilsinho Lopes (PR), demonstram não estar dando muita bola para as ações na área da segurança pública. Defendem muitos projetos de cunho corporativo, mas mantêm uma certa distância quando as ações beneficiam a população de um modo em geral.
Os três parlamentares encerraram 2011 e entraram 2012 sem mostrar a cara. No final do ano passado e agora em janeiro de 2012, o governo do Estado e o Poder Judiciário têm apresentado várias ações – em cerimônias públicas – em favor da melhoria da segurança pública: em nenhuma das cerimônias Da Vitória, Rodney e Gilsinho apresentam seu cartão de visita.
Na semana passada, o governador Renato Casagrande entregou 183 viaturas à Polícia Militar, numa solenidade realizada ao ar livre, na Praça do Papa. Vários deputados participaram da cerimônia; menos os parlamentares que representam a bancada policial.
Na semana passada também, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Pedro Valls Feu Rosa, implantou três importantes comissões que têm o objetivo de tentar acabar com a impunidade no Estado.
São comissões, compostas por magistrados e representantes da sociedade civil, que têm a finalidade de acelerar o julgamento de processos de crimes de tortura, assassinatos e improbidade administrativa. Mais uma vez, Gilsinho, Da Vitória e Rodney Miranda estavam ausentes.
Nesta segunda-feira (23/01), foi a vez da implantação, no Judiciário, da Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familar. Estavam lá diversos parlamentares, como Luzia Toledo, Marcelo Santos e Solange Lube – estaduais –; Rose de Freitas (vice-presidente da Câmara Federal) e César Colgnago e os senadores Ana Rita e Ricardo Ferraço. Adivinhem quais foram os ausentes? Justamente os nobres deputados da bancada da segurança pública.
Em tempo: Da Vitória é cabo da reserva remunerada da Polícia Militar; Gilsinho Lopes é delegado licenciado da Polícia Civil; e Rodney Miranda, que foi secretário da Segurança Pública durante boa parte do governo Paulo Hartung, é delegado federal licenciado.
Seus currículos indicam que os três deveriam, portanto, prestigiar ações em favor da luta contra a impunidade e violência. Afinal, eles sabem melhor do que ninguém porque nosso Estado é tão conivente com esses dois fenômenos.