A maioria da população brasileira defende que a polícia deveria ter carta branca para matar indivíduos que exibem armamentos pesados, como fuzis e metralhadoras. É o que aponta pesquisa divulgada na manhã desta sexta-feira (11/01) pelo Instituto Paraná. De acordo com a pesquisa, 54,1% das pessoas entrevistadas responderam “sim” ao quesito “A polícia ser mais enérgica inclui matar previamente, sem abordagem policial, indivíduos que exibem armamentos pesados, como fuzis e metralhadoras”. No Espírito Santo, cenas de bandidos armados com fuzis e metralhadoras se tornaram comuns, sobretudo no chamado Complexo da Penha, em Vitória.
O resultado reflete o pensamento de várias autoridades brasileiras que defendem o “abate” de bandidos armados com fuzis, como o novo governador do Rio, o ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC), que, tão logo foi eleito, declarou que policiais não devem ser responsabilizados pelas mortes de pessoas que forem vistas portando fuzis.
“O correto é matar o bandido que está de fuzil. A polícia vai fazer o correto: vai mirar na cabecinha e… fogo! Para não ter erro”, afirmou ele.
Ao mesmo quesito, no entanto, 41,2% dos entrevistados pelo Instituto Paraná responderam que discordam da ação, enquanto 4,7% disseram não ter resposta.
De acordo com o Instituto Paraná, a pesquisa foi realizada em 26 Estados e Distrito Federal, abrangendo 148 municípios brasileiros entre os dias 12 e 15 de dezembro de 2018, sendo auditadas simultaneamente à sua realização, 20,0% das entrevistas. Ao todo, foram ouvidas 2.006 pessoas. A pesquisa de opinião pública teve o objetivo de consultar à população sobre avaliação de medidas relacionadas a Segurança Pública e Justiça.
O resultado da pesquisa apontou também que as propostas já ventiladas pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz federal Sérgio Moro, têm respaldo da população quanto ao endurecimento ou aumento das penas para autores de homicídios, estupros, sequestros e tráfico de drogas. Pelo menos 91,3% das pessoas entrevistas concordam com o aumento da punição; enquanto 6% são contra; e 2,7% não souberam avaliar.
O Instituto Paraná foi às ruas também buscar a opinião dos brasileiros quanto à redução da maioridade penal de 18 para 16 anos: 79% dos brasileiros concordam com a redução. Outros 17,8% são contra, e 2,7 não souberam opinar.
Ainda de acordo com a pesquisa, 73,4% dos brasileiros são a favor de que condenados que pertençam a organizações criminosas deixem de ter o direito à regressão ou diminuição da pena e a outros benefícios dados pela legislação brasileira.
É mais um resultado que garante ao presidente Bolsonaro a levar adiante a sua política de reforma do Código de Processo Penal e da Lei de Execuções Penais, já anunciada esta semana pelo ministro Sérgio Moro em reunião com o governador Renato Casagrande.
Na mesma direção, 79,4% das pessoas responderam ser a favor de proposta legislativa a ser aprovada pelo Congresso Nacional para a prisão de condenados já na segunda instância do Judiciário brasileiro. Um indicativo para os ministros do Supremo Tribunal Federal, que voltarão a abordar o assunto em abril deste ano. Quanto a essa proposta, 14,1% das pessoas entrevistadas são contra, e 6,5% não souberam avaliar.
A pesquisa do Instituto Paraná concluiu ainda que 90,9% dos entrevistados disseram que a polícia precisa ser mais enérgica no combate ao crime organizado.
A mesma apontou que 62,6% dos brasileiros desconhecem o pacote de medidas anticorrupção a ser votado no Congresso Nacional, enquanto apenas 33,% dos entrevistados têm conhecimento do tema.
Entre as pessoas que sabiam do pacote de medidas anticorrupção, 80,4% aprovam que o assunto tenha resultado positivo no Congresso Nacional; 12,3% desaprovam; e 7,4% não têm opinião.