Os extensionistas ganharam mais tempo para submeter projetos no Edital 02/2024 – Universal de Extensão II. A Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) prorrogou o prazo final do edital que investe R$ 5 milhões na seleção de projetos de extensão que impulsionem o desenvolvimento socioambiental e econômico de todas as microrregiões do Estado. Ao todo, serão selecionados até seis projetos por microrregião capixaba, totalizando até 60 propostas contratadas para receberem R$ 80 mil cada. O novo prazo de submissão – que se encerraria nesta quarta-feira (17/04) – termina às 17h59 do dia 29 de abril de 2024.
O investimento é do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Funcitec) e entre as novidades da 2ª edição do edital está a inclusão de um prazo maior de execução dos projetos. Agora, as propostas selecionadas terão 24 meses para concluírem seus projetos, além da adição de bolsa para os coordenadores, e o número maior de propostas que serão selecionadas.
“O edital é um estímulo para a comunidade acadêmica e as instituições de pesquisa que precisam de mais apoio. Os recursos estão distribuídos de forma equitativa pelas microrregiões, visando a apoiar projetos que atendam às demandas sociais, ambientais e, principalmente, à formação de recursos humanos qualificados em todos os municípios do Estado”, explicou o diretor de Inovação da Fapes, Elton Moura.
Como inscrever sua proposta?
As propostas devem ser submetidas no site www.sigfapes.es.gov.br, inscritas por profissionais graduados com experiência em projetos de extensão nos últimos três anos ou que tenham titulação mínima de mestre. Os profissionais também devem ser ligados a instituições de Ensino Superior e/ou pesquisa localizadas no Espírito Santo. Cada proposta deve focar sua atuação em uma das dez microrregiões capixabas e abordar uma das áreas temáticas da Política Nacional de Extensão, que incluem:
- Comunicação
- Cultura
- Direitos Humanos e Trabalho
- Educação
- Meio Ambiente
- Saúde
- Tecnologia e Produção
- Trabalho
Qual o objetivo do edital?
O edital tem o objetivo de apoiar financeiramente projetos de extensão cujas ações contribuam para a redução das desigualdades ou vulnerabilidades sociais, promovendo o desenvolvimento socioambiental e/ou econômico nas diferentes microrregiões do Espírito Santo.
Outros objetivos incluem estimular a interiorização da extensão no Espírito Santo e a interação da comunidade acadêmica com a sociedade, identificando e diagnosticando demandas locais, desenvolvendo tecnologia colaborativa e promovendo a difusão e transferência de conhecimento tecnológico.
Casos de sucesso da 1ª edição do Universal de Extensão
Na primeira edição do edital, vários projetos inéditos se destacaram pela inovação e o uso de tecnologias que impactam no desenvolvimento da sociedade capixaba. Um dos exemplos é o projeto realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em que foi criada miniaturas em 3D de monumentos capixabas, deixando as obras de arte mais acessíveis e inclusivas. As miniaturas permitem que pessoas com baixa visão ou deficiência visual vivenciem a experiência tátil desses monumentos. Além disso, o projeto visa a criar um “Kit Paradidático”, com jogos de tabuleiro contendo as miniaturas, para ser utilizado em salas de aula, promovendo o ensino da história e cultura capixabas.
O financiamento da Fapes foi fundamental para viabilizar o projeto, que recebeu, aproximadamente, R$ 400 mil no total, incluindo recursos dos editais Universal de Extensão, Núcleo Capixabas Emergentes em Pesquisa e Apoio à Infraestrutura de Pesquisa. O professor titular do Centro de Artes da Ufes e coordenador do projeto, José Cirillo, conta que inicialmente o projeto tinha a finalidade de fazer um levantamento que se tornasse um inventário de todos os monumentos públicos e intervenções urbanas da Grande Vitória. Mas com a aquisição de uma impressora 3D surgiu a possibilidade de criar réplicas dos monumentos em 3D.
“Nós entendemos que essa ação educativa de fazermos o inventário poderia ser muito mais ampla. Então, surgiu a ideia de criar o que chamando de “Kit Paradidático”. Um conjunto de jogos de tabuleiro com essas miniaturas em 3D. O que permite serem levadas para dentro da sala de aula para que a história e a cultura do Espírito Santo possam ser trabalhadas com estudantes a partir desses monumentos”, explicou o professor.
Para José Cirillo trabalhar os monumentos dentro da sala de aula tem uma função importante para os estudantes, em especial as crianças, para que possam conhecer e valorizar a história e os monumentos capixabas. “Acreditamos que a partir deste trabalho dentro da sala de aula, desde a educação infantil, criando uma relação de afeto dos alunos com esses objetos, estamos, na prática, trabalhando também a educação patrimonial. Com essa inovação nós estamos criando estratégias de preservação e conservação desses monumentos”, destacou Cirillo.
Outro projeto desenvolvido por meio do edital Universal de Extensão I é o de transformação de dejetos de animais, como gados e suínos, em energia renovável e biofertilizantes. Coordenado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) de Linhares, os biodigestores foram implantados em comunidades agroecológicas do município, gerando gás de cozinha e material orgânico de forma econômica e sustentável.
O Incaper de Linhares conseguiu construir biodigestores sertanejos como fonte de energia renovável e biofertilizantes. Com o objetivo de promover o uso de biodigestor como fonte de energia renovável e material orgânico em comunidades com experiência agroecológicas no município de Linhares, o coordenador e extensionista do Incaper Daniel Nascimento Duarte tem realizado oficinas nas comunidades locais. Durante os encontros com os moradores, todos os detalhes da implantação do biodigestor e seus benefícios são apresentados. A primeira instalação dos equipamentos aconteceu na propriedade da família Agostini, no Assentamento Sezínio, que produz gás há dois meses. Nesta semana, alunos da Escola Família Agrícola de Rio Bananal visitaram o local e conheceram o funcionamento do biodigestor.
A segunda oficina de trabalho ocorreu no Córrego Jacutinga, no distrito de Farias, em Linhares, e foi dividida em três etapas: a primeira, foi realizada em julho para a construção de 52 placas de cimento, de 51 por 50 centímetros, que compõem a estrutura do tanque de fermentação. As placas são confeccionadas com antecedência para que haja tempo de cura. A segunda etapa foi realizada em agosto e envolveu 18 pessoas de famílias rurais, além de técnicos e também dois práticos da cidade de Divino, em Minas Gerais.
Daniel do Nascimento Duarte descreveu como foi o desenvolvimento das oficinas em Linhares. “Os dois dias foram muito intensos e produtivos. Com o assentamento das placas de cimento, formamos o tanque de fermentação, construímos as caixas de carga e descarga e colocamos por cima do tanque a caixa de 3 mil litros, que compõe a campânula (vaso em formato de sino utilizado para proteger alimentos e objetos delicados do pó, do contato com o ar e de impurezas) do biodigestor”, contou o coordenador.
Serviço:
- Prorrogação do Edital 02/2024 Universal: Acesse aqui
- Prazo para inscrição de propostas: até as 17h59 do dia 29/04
- Site para submissão da proposta: sigfapes.es.gov.br