O juiz Carlos Henrique Rios do Amaral Filho, da 1ª Vara Criminal de Viana (Privativa do Júri), acolheu a denúncia proposta pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo e transformou em réus os 11 advogados acusados de tráfico de drogas, aquisição e porte de armamentos e munições, execução e planejamento de crimes de homicídio. Tão logo acolheu a denúncia e deferiu pedido do MPES para prender os acusados, o magistrado decretou segredo de justiça na Ação Penal, por imposição da legislação brasileira, uma vez que os advogados denunciados tiveram quebrados seus sigilos bancários e telefônicos no curso das investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Caso sejam pronunciados no decorrer do processo, os 11 advogados, alvos da Operação TIES, vão à Júri Popular.
Dez dos 11 advogados foram presos na manhã desta sexta-feira (04/11). São seis homens e quatro mulheres: Diego do Amaral Leal, Daniel Ferreira de Souza, Mateus Canízio Marinho de Oliveira, Davi Dickson Meroto Lamas Pereira, Maycon Neves Rebonato, Guilherme Nunes Moraes, Maila Hering, Thatiane dos Santos Silva Bárbara, Marcarini Von Randow e Ester Morais Dias. O advogado Marco Aurélio de Souza Rodrigues conseguiu escapar e é considerado foragido da Justiça.
A decisão em que o juiz Carlos Henrique Rios do Amaral Filho acolheu a denúncia e mandou prender os 11 advogados foi tomada na terça-feira (01/11) e a Operação TIES cumprida nesta sexta-feira pelo Gaeco, com o apoio de policiais da Assessoria Militar do Ministério Público. O magistrado registra no despacho que decretou a prisão “para garantir a ordem pública e a conveniência da instrução processual e, também, para assegurar a aplicação da lei penal, visto que os acusados demonstraram elevado risco para a sociedade em razão doa gravidade dos delitos atribuídos aos mesmos”. Carlos Rios do Amaral pontua ainda que os advogados “devem ser recolhidos em instalações condignas e separados dos demais detentos”.
A primeira fase da Operação TIES ocorreu no dia 31 de agosto deste ano. Na ocasião, o MPES informou que a investigação foi instaurada pelo Gaeco com o objetivo de apurar as ações delituosas praticadas por pessoas que se utilizam indevidamente de prerrogativas inerentes e essenciais da Advocacia para atuar na transmissão de mensagens ilícitas entre integrantes de organização criminosa, viabilizando que lideranças de grupos criminosos mantenham o poder de gestão sobre os crimes perpetrados, notadamente sobre o tráfico de entorpecentes. Naquele dia, foram cumpridos andados de busca e apreensão nos municípios da Serra, Vitória, Cariacica, Vila Velha e Guarapari, relacionados aos advogados. O Gaeco recolheu provas que foram levadas aos autos.