A economia do Espírito Santo cresceu 7,2% no acumulado de quatro trimestres. Trata-se do melhor resultado desde o primeiro trimestre de 2012 e é bem superior ao crescimento do País, que chegou à marca de 4,7%. Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba foram divulgados na manhã desta sexta-feira (03/06) pelo Instituto Jones Santos Neves (IJSN), em coletiva de imprensa que contou com a participação do diretor de Integração e Projetos Especiais do IJSN, Pablo Lira; do coordenador de Estudos Econômicos do IJSN, Antônio Ricardo Freislebem da Rocha; e do presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo, Munir Abud de Oliveira.
Mais cedo, o governador Renato Casagrande (PSB), que se encontrava em agenda na cidade de Muqui, na Região do Caparaó, comentou sobre os resultados em sua conta no Twitter:
“Seguimos crescendo e gerando prosperidade social em um ambiente econômico equilibrado, potente e atrativo para investimentos”, frisou Casagrande.
Segundo o IJSN, pela sétima vez consecutiva a economia capixaba apresentou resultado positivo no indicador trimestral do Produto Interno Bruto (PIB). O crescimento no primeiro trimestre de 2022 foi de +1,7%. A atividade econômica estadual obteve expansão acima da média nacional em todas as bases de comparação. Os setores de Serviços, Comércio Varejista e Indústria Geral contribuíram para o bom desempenho.
De acordo com o levantamento, o Espírito Santo avançou em todas as quatro bases de comparação, superando o desempenho nacional em todas elas. No acumulado do ano, o PIB capixaba ficou em +4,1%, contra +1,7% da média nacional. Os resultados se repetem na comparação do primeiro trimestre de 2022 com o primeiro trimestre do ano anterior.
Já na comparação do acumulado dos últimos quatro trimestres com o mesmo período anterior, a expansão foi ainda maior, registrando +7,2% para o Estado, frente a +4,7% do Brasil. Este é o melhor resultado desde o primeiro trimestre de 2012. Na comparação do primeiro trimestre de 2022 com o último de 2021, houve aceleração no ritmo de crescimento de +1,7% para o Espírito Santo, contra +1,0% do País.
“O Instituto Jones dos Santos Neves é o órgão oficial responsável pelos dados do PIB trimestral e do PIB anual do Espírito Santo, e integra uma rede nacional de pesquisa de contas regionais, coordenada pelo IBGE. Os resultados mostram a economia capixaba crescendo de forma expressiva, com seu desempenho se mantendo sempre acima da média nacional e em um ritmo contínuo”, destacou o diretor de Integração do IJSN, Pablo Lira.
Para ele, os bons resultados refletem diretamente na vida da população, com a criação de novos postos de trabalho e a atração de novos investimentos. “O Espírito Santo vem reduzindo a sua taxa de desemprego combinado com o crescimento econômico destacado aqui. O Estado tem a nona menor taxa do país e vem acumulando avanços no saldo de empregos no mercado formal. Isso se reflete na sociedade, na geração de emprego, na renda e em oportunidades para a população. Com o ambiente econômico equilibrado, atraindo novas empresas, tudo indica que o Estado vai continuar apresentando, até o final do ano, esses resultados positivos”, completou Lira.
Resultados
Segundo os dados do Instituto Jones, no confronto com o mesmo trimestre do ano anterior e no acumulado do ano, a atividade econômica capixaba cresceu +4,1%, sendo explicado pela confluência das altas de +9,9% nos Serviços, +5,1% no Comércio varejista ampliado e, em menor proporção, pelo incremento de +1,6% na Indústria Geral.
A contribuição positiva para o desempenho do PIB, ao observar o acumulado do ano, pode ser explicada nos Serviços pela expansão +33,3% em Serviços prestados às famílias e crescimento de +13,8% em Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio. Já no Comércio varejista ampliado, a alta foi influenciada pelo crescimento no Varejo restrito (+8,8%) e em Veículos, motocicletas, partes e peças (+0,4%). Por sua vez, o resultado positivo da Indústria Geral deve-se a expansão de +7,5% da Indústria de Transformação, contrabalanceado pela retração de -10,8% na Indústria Extrativa.
A Indústria de Transformação apresentou avanços na produção em três dos quatro setores investigados, sendo positivos nas atividades de Fabricação de produtos alimentícios (+20,5%), Metalurgia (+13,0%) e Fabricação de celulose, papel e produtos de papel (+1,9%). Em sentido oposto, a atividade de Fabricação de minerais não metálicos (-8,8%) registrou recuo na produção.
Os resultados para a produção agrícola demonstram expansão em 8 dos 10 principais produtos agrícolas: Café Conilon (+3,3%), Café Arábica (+28,4%), Banana (+8,7%), Pimenta-do-reino (+4,0%), Tomate (+1,4%), Cana-de-açúcar (+23,8%), Cacau (+2,5%) e Abacaxi (+10,0%); e as retrações em Coco (-13,1%) e Mamão (-8,7%).
Em valores correntes, o PIB nominal capixaba alcançou a cifra de R$ 39,8 bilhões no primeiro trimestre de 2022, se mantendo estável em relação ao período anterior. No acumulado de quatro trimestres, a cifra chegou a R$ 156,6 bilhões, atingindo o maior patamar agregado em toda a série histórica.
“Os resultados mostram uma forte retomada econômica em setores importantes como Serviços, Comércio Varejista e na Indústria. Temos que destacar ainda a previsão de crescimento na produção agrícola, com aumento nas safras de café Arábica, Conilon e vários outros produtos. As boas notícias se refletem também no mercado de trabalho, com saldo positivo já neste primeiro trimestre. O ponto de atenção deve ser a inflação, que acumulou alta de 3,0% no período”, pontuou o coordenador de Estudos Econômicos do IJSN, Antonio Ricardo da Rocha Freislebem.
Para o coordenador de Estudos Econômicos do IJSN, Antônio Rocha, os resultados positivos da economia capixaba resultam na geração de mais empregos, na diminuição da taxa de desocupação no mercado de trabalho – o Espírito Santo é o nono Estado do País nesse quesito – e na redução da pobreza: “O crescimento permite o Estado a avançar nos campos sociais”, frisou o economista.
O presidente do Bandes, Munir Abud, explicou que as políticas de fomento às empresas e geração de mais empregos e a crença do governador Renato Casagrande no banco provocaram uma “virada de chave” na instituição e ajudaram a melhorar a economia capixaba:
“O governador ajudou a incrementar as políticas do Bandes, que injetou recursos nas empresas, irrigando, assim, a economia capixaba. Ao mesmo tempo, a inadimplência no Bandes caiu de 7% para 3%, mesmo no momento mais crítico da pandemia da Covid/19, os tomares de empréstimo pagaram suas dívidas. O Bandes teve, em 2021, o maior lucro de toda a sua história que foi de R$ 50 milhões. No mesmo período, o lucro do Banestes, que é um banco comercial, foi de R$ 250 milhões”, pontuou Munir Abud.