O Fundo de Investimento em Participação (FIP), vinculado ao Fundo Soberano do Espírito Santo (Funses), denominado FIP Funses1, foi destaque em reportagem da Revista Exame na semana passada. A reportagem aborda o trabalho da TM3 Capital, empresa selecionada pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), por meio de chamada pública, para atuar como gestora do FIP Funses 1, fundo na modalidade venture capital multiestratégia.
Este é mais um importante passo que o governador Renato Casagrande (PSB) e sua equipe deram no sentido de transformar o Espírito Santo o Estado mais tecnológico do Brasil nos próximos cinco ou 10 anos. A avaliação é do ex-secretário de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Desenvolvimento Econômico Tyago Hoffmann. Economista, professor e gestor público com ampla experiência técnica e política, Tyago deixou a Pasta, no início de abril, por ser pré-candidato a deputado estadual pelo PSB nas eleições deste ano.
“O Fundo Soberano é o Estado pegando uma parte do dinheiro que vem dos royalties do petróleo e deixando esse dinheiro para duas finalidades: a primeira parte dos recursos, o equivalente a 40%, fica numa poupança que o Governo chama de Poupança Intergeracional. Ou seja, são recursos para serem utilizados no futuro, para outras gerações. Portanto, não são os atuais gestores do Executivo Estadual e nem o atual governador, Renato Casagrande, que vão decidir o que vai ser feito com esse dinheiro, porque ele fica aplicado igual a uma poupança residencial”, disse Tyago Hoffmann.
“A outra parte do Fundo Soberano fica lá no Bandes para que ele possa fazer investimentos em empresas. Neste caso, o Fundo Soberano vai se associar às empresas que tenham interesse em receber o dinheiro do Governo para investimentos no Espírito Santo. E a coisa mais importante: o foco do Fundo Soberano é a chamada economia 4.0, que é a economia que tem como parâmetro a tecnologia, informação, conhecimento”, completou.
Segundo Tyago Hoffmann, este foco já é um grande sucesso. “O Bandes realizou uma licitação e uma empresa paranaense vai administrar primeiro aporte, de R$ 250 milhões. Já são mais de 400 empresas cadastradas interessadas no Fundo Soberano. O governo de Renato Casagrande vai fazer do Espírito Santo, nos próximos cinco ou 10 anos, o Estado mais tecnológico do Brasil. As maiores e mais importantes empresas de tecnologia estarão instaladas neste Estado produzindo conhecimento, riqueza para os capixabas e empregos de alta qualidade.”
A Sectides, que hoje é comandada por Ricardo Pessanha em substituição a Tyago Hoffmann, é a responsável, junto com o Bandes, pela gestão do Fundo Soberando. A Pasta foi criada em fevereiro de 2021 e seu primeiro titular fpoi justamente Tyago. A Sectides é a fusão das Secretarias de Desenvolvimento e da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional. Antes de assumir a Sectides, Tyago Hoffmann era secretário de Governo.
A reportagem da Exame destaca que, no momento em que a aversão ao risco das companhias de tecnologia domina as bolsas globais, uma gestora de recursos brasileira mantém o foco em encontrar tesouros nacionais. Informa que a TM3 Capital, fundada em 2011 por Marcel Malczewski, co-fundador da Bematech, e por Jon Toscano, ex-diretor de private equity do Icatu Equity Partners, cresceu nos últimos 10 anos com foco em ativos de tecnologia e alcançou o posto de maior empresa de investimentos em venture capital do Sul do Brasil. “A firma tem R$ 500 milhões sob gestão, já participou de mais de 50 operações e o portfólio de todas as empresas investidas está avaliado em R$ 1,1 bilhão”, pontua a revista.
A Exame destaca ainda que a gestora, que tem escritórios em Curitiba, São Paulo e Florianópolis, abriu recentemente um espaço em Vitória para atender empresas de base tecnologia e startups do ecossistema capixaba de inovação, além de atuar na busca de empresas de outros locais do País interessadas em investir no Espírito Santo.
De acordo com a Exame, o grande destaque da TM3 Capital veio mesmo em 2021, quando a empresa ganhou a licitação para um FIP de R$ 250 milhões cujos recursos serão investidos pelo Bandes. Os recursos virão do Fundo Soberano do Espírito Santo, a partir de uma parcela dos royalties do petróleo recebido mensalmente pelo estado. O objetivo principal é investir em empresas de segmentos fora da cadeia de óleo e gás – aumentando as chances de gerar riqueza para o estado sem depender do petróleo.