Desativado no início de 2015 durante o governo de Paulo Hartung, a Operação Patrulha da Comunidade na Grande Vitória será retomada. O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira (26/08) pelo governador Renato Casagrande, em visita ao Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar, em Maruípe, Vitória. Ao todo, serão 170 policiais em escala extra nas áreas comerciais e de grande circulação de pessoas na Região Metropolitana da Grande Vitória. Um dos objetivos da volta da Patrulha da Comunidade é proporcionar uma polícia de proximidade e inibir, sobretudo, roubos e assaltos.
Os locais foram selecionados com base nas estatísticas de crimes contra o patrimônio, elaboradas pela Gerência do Observatório da Segurança Pública (Geosp), da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp). Os militares receberão Indenização Suplementar de Escala Operacional (Iseo), com um investimento total de R$ 5.974.025,91, até o dia 31 de dezembro.
Os policiais terão uma atuação operacional na modalidade de policiamento ostensivo a pé e ciclopatrulhamento, em duplas, nas regiões definidas, com apoio de uma viatura. Isso sem prejuízo dos demais recursos ordinários e extraordinários já utilizados, nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica, no período de segunda-feira a sexta-feira, das 7h30 às 20 horas.
“Estamos retomando a Patrulha da Comunidade. Vamos iniciar com os quatro maiores municípios, pois estamos conseguindo contratar mais policiais e pagar indenizações. Em novembro, mais policiais começam a atuar e em setembro uma nova turma de soldados inicia o curso de formação. De 2019 para cá estamos fazendo um resgate da área da segurança pública para que possamos fazer um enfrentamento aos diversos tipos de crime com mais intensidade e eficiência”, afirmou o governador.
Casagrande destacou que a Patrulha da Comunidade é um trabalho de proximidade com a população. “Os policiais vão se contatar com os moradores e lojistas, estando presentes de acordo com o mapa de crime e a intensidade do comércio. A ideia é reduzir os crimes contra patrimônio. Contudo, não será apenas a polícia que vai resolver esse problema. O trabalho social é também fundamental para reduzir esse tipo de ocorrência e recentemente abrimos mais vagas de acolhimento na Rede Abraço, pois as pessoas em situação de rua merecem atenção”, completou.
De acordo com o governador, no que diz respeito a ações sociais, é fundamental o engajamento também das Prefeituras, em parceria com as forças de segurança pública estaduais: “Importante destacar também a aplicação de uma cultura da paz”, pediu Casagrande.
Para o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, coronel Alexandre Ramalho, essa é mais uma ação do Governo do Estado com o objetivo de prevenir e combater a criminalidade, como foram os lançamentos do patrulhamento no Território do Bem e a Operação Colheita.
“Mais uma vez, o governador Renato Casagrande demonstra toda a preocupação com a segurança da população e atende a um pedido nosso, dentro das diretrizes do Programa Estado Presente em Defesa da Vida. Esse patrulhamento visa a evitar, principalmente, os crimes patrimoniais, que tanto incomodam os capixabas, e a dar uma sensação maior de tranquilidade aos comerciantes dos nossos maiores municípios. Foram selecionados locais, de maneira técnica, e, com isso, esperamos reduzir a incidência de ocorrências nessas regiões que são fundamentais para nossa economia”, ressaltou Ramalho.
O comandante-geral da PM, coronel Douglas Caus, reforçou a importância da iniciativa e lamentou que gestores anteriores à atual administração tenham abandonado as políticas na área de segurança pública:
“Infelizmente a descontinuidade das políticas públicas nos levou a perder esse vínculo mais próximo com a sociedade por um tempo. Por isso, queremos agradecer ao governador Renato Casagrande, que teve essa sensibilidade de retomar o projeto da Patrulha da Comunidade, fundamental para aproximação das polícias com as comunidades”, disse o comandante-geral da PM, que completou:
“Por termos um líder (Renato Casagrande) preocupado com essa proximidade com os capixabas, estamos retomando esse policiamento de proximidade, as visitas tranquilizadoras dos nossos militares, que fazem parte de uma polícia legalista e que respeita a Constituição”, pontuou.
O secretário de Estado de Economia e Planejamento e coordenador do Programa Estado Presente, Álvaro Duboc, também participou do lançamento. Mais uma vez, ele criticou o fato de o Estado ter ficado de 2015 a 2018 sem concursos públicos na área da segurança. Os concursos nas Polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros foram retomados em 2019, quando Renato Casagrande assumiu seu segundo mandato de governador e reativou o Programa Estado Presente em Defesa da Vida:
“Na segurança pública temos que formar os policiais para entregar à sociedade profissionais capacitados e qualificados para defender a população. A descontinuidade de concursos nos leva a uma situação de déficit histórico no efetivo. As estratégias traçadas pela equipe de Governo é para preencher essas lacunas com estratégias, tecnologias, enquanto fazemos essa reestruturação. Estamos retomando um programa fundamental do primeiro mandato do governador Renato Casagrande e esperamos entregar um serviço muito melhor”, declarou.
Histórico
A Polícia Militar do Espírito Santo instituiu em 2013 – terceiro ano do primeiro governo de Renato Casagrande – o projeto Patrulha da Comunidade, essencialmente voltado para a atuação em bairros com maior incidência de crimes contra o patrimônio, em quadrantes predeterminados, executando o policiamento comunitário-interativo orientado para a solução de problemas.
No início de 2014, o projeto Patrulha da Comunidade teve a atuação ampliada para aglomerados definidos pelo programa Estado Presente, abrangendo também áreas de crimes contra a vida.
Em 2019, houve uma reestruturação do projeto Patrulha da Comunidade nos Batalhões e Companhias Independentes, a fim de fortalecer o policiamento ostensivo e preventivo, baseado na filosofia do policiamento comunitário de estabelecimentos comerciais e em locais de elevada concentração e circulação de pessoas, com o objetivo de reduzir os crimes contra o patrimônio. A atuação nesse modelo continua se mostrando necessária, em especial nas Unidades Operacionais do CPOM, com foco nos municípios da Grande Vitória.
(fotos Hélio Filho/Secom)