O Alto Comando da Polícia Militar reagiu com veemência às acusações do presidente da Comissão Especial de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/ES), Henrique Geaquinto Herkenhoff, que, em entrevista à TV Tribuna, acusou policiais capixabas e militares das Forças Armadas de fornecerem armas e treinamentos para traficantes que estão em guerra na Grande Vitória.
A acusação de Henrique Herkenhoff, que abandonou a carreira de desembargador federal para trabalhar como advogado criminalista no Espírito Santo – antes, ele foi secretário da Segurança Pública capixaba entre 2011 e final de 2012 –, foi convidado pela produção da TV Tribuna para comentar a respeito de uma operação realizada pela PM, no Morro da Conquista, na Grande São Pedro, em Vitória, em que sete bandidos de alta periculosidade foram presos escondidos dentro da mata, usando roupas camufladas como disfarce e com armamentos pesados.
Indagado pelo repórter sobre como é possível criminosos terem acesso a armas de uso restrito e a roupas camufladas, Herkenhoff acusou, sem, no entanto, apresentar qualquer prova:
“Isso indica que (bandidos) tiveram acesso…Envolvendo policiais corruptos, militares corruptos. Indica que tiveram acesso a armamentos e a treinamento por meio de policiais e membros das Forças Armadas. Significa envolvimento de soldados e militares corruptos no fornecimento de armas e no treinamento, porque não são apenas equipamentos, mas maneiras de procedimentos típicos de guerra”.
A Polícia Militar reagiu às acusações de Henrique Herkenhoff. Em Nota de Desagravo assinada pelo comandante-geral da corporação, coronel Moacir Leonardo Vieira Barreto Mendonça, e postada no Portal da PMES na noite de quinta-feira (24/01), o Alto Comando repudia a declaração dada pelo advogado Henrique Herkenhoff durante entrevista a veículos de comunicação, “quando declarou que policiais militares estariam treinando, técnica e taticamente, fornecendo, inclusive, armamentos de calibre restrito a criminosos que atuam nos morros da Grande Vitória”.
Prossegue a nota: “O sr Herkenhoff faz tal associação de forma irresponsável, desprovido de quaisquer provas ou evidências, que associem nossos abnegados policiais militares a ações criminosas dessa natureza”.
Aliás, a declaração dada pelo advogado, prossegue a nota, ocorre logo após a prisão realizada por policiais militares de sete criminosos fortemente armados, que se deslocavam em área de mata densa.
Para o Comando Geral, a acusação de Henrique Herkenhoff, a acusação do ex-secretário da Segurança promove “o cenário de medo sem enxergar a elevada capacidade técnica e moral de nossos heróis, que cumpriram seu dever de forma legal, preservando todas as vidas naquele confronto, mesmo após intensa reação, é característica de um desconhecimento situacional que ofende e denigre a honra de profissionais que claramente estão imbuídos de sua missão social”.
Sustenta o comandante Barreto: “Não somos, nem abrigamos bandidos. Somos policiais militares, heróis protetores da sociedade”.
A operação
Na última terça-feira (22/01), policiais militares do 1º Batalhão (Vitória) apreenderam uma metralhadora de fabricação israelense, duas pistolas, rádios comunicadores, munições e drogas. Nas ações foram presos sete bandidos envolvidas nos recentes conflitos na região.
Como resultado da operação, foram apreendidos uma pistola Glock calibre 40, uma pistola Taurus calibre 380, dois carregadores, 22 munições, duas calças e uma camisa camuflada, 10 buchas e seis pinos de cocaína, cinco buchas de maconha, quatro rádios comunicadores, três aparelhos celulares, R$86 em espécie e itens diversos.
Em outra ocorrência no mesmo bairro, durante uma ação de saturação realizada pela manhã, foram visualizados indivíduos correndo por uma escadaria e que não foram alcançados, abandonando na fuga uma mochila. Em seu interior foram encontradas uma metralhadora de fabricação Israelense Uzi CB1116 calibre 9mm, 13 munições, três rádios comunicadores e três baterias extras, duas bases carregadoras, cinco pedras de crack, três pinos de cocaína, uma bucha de maconha e R$25 em espécie.
(Com informações também do Portal da PMES)