O presidente do Conselho Diretor da Caixa Beneficente dos Militares Estaduais do Espírito Santo (CBMEES), coronel Guilherme Coelho da Rocha, garantiu que a instituição tomou e vem tomando todas as medidas cabíveis para receber os valores relativos a empréstimos que um grupo de associados tomou e, posteriormente, suspendeu o pagamento por meio de desconto em conta corrente no Banestes.
O coronel Coelho afirmou que, dos 28 associados que inicialmente haviam suspendido o pagamento, boa parte deles já renegociou suas dívidas com a CBMEES. Por outro lado, 12 dos devedores foram acionados judicialmente. A Justiça vem acolhendo pedido da Caixa e já determinou o desconto em folha de pagamento de quatro dos devedores.
“Do total dos empréstimos que teve seu pagamento suspenso, por conta da prática dos associados, já conseguimos reaver a maior parte. Restam apenas R$ 137 mil para reavermos, que são valores relativos a empréstimos concedidos a associados que, neste momento, enfrentam problemas de saúde e financeiro”, explicou o coronel Coelho.
Conforme o Blog do Elimar Côrtes publicou em 29 de abril, o ex-comandante-geral da Polícia Militar, coronel Nylton Rodrigues Ribeiro Filho, dias antes de deixar o cargo, concordou em sugerir o arquivamento do Inquérito Policial Militar, instaurado por meio da Portaria 0118/2016, que teve a finalidade de apurar uma inadimplência de R$ 465 mil que teve como alvo a Caixa Beneficente.
Em 2015, ao assumir seus cargos no Conselho Deliberativo Fiscal da Caixa Beneficente, conselheiros descobriram que pelo menos 28 militares contraíram empréstimos junto à Caixa Beneficente, autorizando que o Banestes debitasse mensalmente em suas contas os valores das prestações.
Porém, meses após a tomada dos empréstimos, esses mesmos 28 militares foram ao banco e suspenderam a autorização bancária do débito automático, impedindo assim a cobrança dos valores pela Caixa Beneficente. Para os antigos conselheiros, essa atitude foi, no mínimo, um crime de estelionato. No entanto, para o Comando da PM não houve indícios de crime militar na atitude dos tomadores dos empréstimos.
Para o coronel Coelho, a atitude dos 28 militares foi uma inadimplência. Segundo ele, seu antecessor, o coronel Paulo Domingos Deorce, também já vinha tomando todas as providências necessárias visando uma negociação das dívidas com os devedores.
“Os associados foram convidados por meio de carta a comparecer à sede da Caixa e a maioria aceitou um acordo. Tanto que 12 já respondem na Justiça que, por sua vez, determinou o desconto direto no contracheque de quatro deles. A Caixa Beneficente tomou as providências através do coronel Deorce e mantém a mesma postura agora na nossa gestão. Estamos cumprindo o que determinou o Conselho Deliberativo Fiscal. Posso garantir que a Caixa não passou a mão na cabeça de ninguém”, asseverou o coronel Coelho.
“Portanto, a Caixa Beneficente não foi alvo de nenhuma fraude. O que houve foi uma inadimplência”, completou o coronel Coelho.