A poucos dias de completar um ano da maior crise vivida na segurança pública do Estado e em plena Operação Verão e no período do Carnaval, o comandante-geral da Polícia Militar do Espírito Santo, coronel Nylton Rodrigues Ribeiro Filho, vai tirar 26 dias de férias. A autorização para o coronel Nylton gozar as férias a que tem direito está publicada no Boletim Geral da PM número 002, de 11 de janeiro de 2018, e é assinada pelo próprio comandante-geral. Em tese, com as férias de Nylton, assume o seu posto o atual subcomandante-geral, o coronel Rogério Maciel Barcellos.
As férias de Nylton Rodrigues, que começam no dia 18 de janeiro, são relativas ao período aquisitivo de 21 de janeiro de 2016 a 20 de janeiro de 2017, devendo ele retornar às atividades em 13 de fevereiro de 2018.
Outros coronéis que integram a Alta Cúpula da Polícia Militar também estão entrando de férias. Dentre eles, o corregedor-geral da PM, coronel Reinaldo Brezinski Nunes; o diretor Financeiro, coronel Marcelo Luiz Bermudes Rangel; o comandante de Policiamento Ostensivo Sul, coronel Alessandro Marin; e o diretor de Recursos Humanos, coronel Altiere de Carlo da Silva Machado. Diga-se de passagem,assim como seu comandante, todos estavam com férias vencidas há um ano.
No dia 2 de fevereiro próximo vai completar um ano que deu início a um período de 22 dias de aquartelamento dos policiais militares capixabas. Naquela manhã de sexta-feira, em 2 de fevereiro de 2017, que esposas, filhos e amigos de policiais militares do Espírito Santo iniciaram uma manifestação em frente à sede da 2ª Companhia do 6º Batalhão (Serra), no bairro Feu Rosa.
Essas pessoas impediram a saída das viaturas, num protesto contra os baixos salários pagos pelo governo do Estado aos militares capixabas, que estão há quatro anos sem sequer receber a recomposição da inflação. O soldado da PM do Espírito Santo recebe hoje o pior salário do País, dentre os 26 estados e o Distrito Federal: a remuneração é de apenas R$ 2.646,112.
No mesmo dia, o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, André Garcia, tratou o caso com desdém e arrogância, afirmando que se tratava de um movimento isolado e que acabaria naquela mesma sexta-feira. Lego engano: na manhã seguinte, 3 de fevereiro, todas as unidades – batalhões e companhias – da PM capixabas estavam bloqueadas por familiares de policiais. O Espírito Santo, então, viveu um verdadeiro inferno por 22 dias, mesmo com a presença de tropas federais no Estado.
De lá para cá, dezenas de militares foram indiciados e denunciados à Justiça Comum e Militar. Alguns já foram excluídos da corporação. Recentemente, o jornal A Gazeta publicou notícia de que, em fevereiro, quando se completará um ano da maior crise, o comandante-geral da PM, coronel Nylton Rodrigues, anunciaria a expulsão de centenas de policiais.
Porém, oficialmente, Nylton Rodrigues estará gozando férias entre 18 de janeiro e 13 de fevereiro. Ele pode até anunciar outras exclusões de militares, mas terá de revogar suas próprias férias. Ou deixar a notícia, que de certa forma é negativa, para seu subcomandante-geral, o coronel Rogério Maciel Barcellos.
A Polícia Militar deu início a Operação Verão 2017/2018 no dia 26 de dezembro. As ações reforçam o policiamento ostensivo durante o período de alta temporada do verão, nos principais balneários do Espírito Santo.
Estão previstos reforços de policiais nas ruas, realização de blitz, operações e abordagens. As ações serão estendidas até o dia 18 de fevereiro de 2018. Já o Carnaval é do dia 10 a 14 de fevereiro.