Centenas de policiais civis participaram, sexta-feira (28/04), das manifestações contra as reformas da Previdência e Trabalhista propostas pelo governo federal e que tramitam no Congresso Nacional. Os policiais se juntaram à Diretoria do Sindicato dos Servidores Policiais Civis do Estado do Espírito Santo (Sindipol/ES) pelas ruas da Grande Vitória e principais pontos do interior. O Sindipol não promoveu greve, mas participou do movimento de greve geral proposto pelas centrais sindicais, que parou toda a Grande Vitória na sexta-feira.
Mesmo com algumas melhorias no texto do relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 287/2016), deputado federal Arthur Maia (PPS/BA), apresentado na última semana pela Comissão Especial da Reforma da Previdência, a proposta continua a estabelecer critérios de idade e tempo de contribuição inalcançáveis e sem regras justas de transição e de pensões.
“O texto ainda discrimina as mulheres policiais por retirar delas a diferença de idade para aposentadoria em relação aos homens, diferente do que está previsto para as demais profissionais mulheres no texto da Reforma. Somos contra a Reforma da Previdência, porque o governo federal quer afetar todos os profissionais de segurança pública, professores, profissionais da saúde e trabalhadores em geral. Por esse motivo, estamos unidos”, disse o presidente do Sindipol, Jorge Emílio Leal, ao participar do ato de protesto em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), na Reta da Penha.
Jorge Emílio é vice-presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) e integra a União dos Policiais do Brasil (UPB). Da UPB fazem parte todos os policiais civis, federais, rodoviários federais, guardas municipais, inspetores penitenciários e agentes sócio-educativos do Brasil. Uniram-se na briga contra a Reforma da Previdência.
Além de criticar a proposta de Reforma da Previdência, os policiais civis presentes às manifestações de sexta-feira no Espírito Santo reclamaram da falta de diálogo na Reforma Trabalhista aprovada na Câmara dos Deputados.
“É preciso debater. A Reforma Trabalhista, a Reforma da Previdência e a Lei da Terceirização fazem parte de um único pacote, com o objetivo de prejudicar cada vez com a classe trabalhadora tanto da iniciativa privada quanto do setor público. O governo federal, que está fazendo o jogo da classe empresarial e dos grandes banqueiros, quer retirar direitos dos trabalhadores brasileiros. A Reforma Trabalhista, por exemplo, do jeito que vem só retira direitos e dá meia dúzia de vantagens, como parcelar férias, como o canto da sereia para enganar a população”, afirmou Jorge Emílio.
“Se a proposta da Previdência for aprovada do jeito que está, não haverá aposentados no País. Ninguém mais vai se aposentar. Não se tem mais garantia, a pressão é agora. Todos os direitos estão sendo ameaçados”, pontuou Emílio.
No final da manhã de sexta-feira, os manifestantes da Grande Vitória já estavam concentrados em frente ao prédio da Findes e ganharam o apoio dos policiais civis capixabas e da diretoria do Sindipol. O Sindicato convocou a categoria para uma Assembleia Geral Extraordinária e os profissionais marcaram presença nesse protesto nacional. Os policiais aposentados foram maioria.
“Senhores, nós estamos de parabéns. Temos que fortalecer o movimento cada vez mais. Temos que ir até Brasília acabar com esses projetos que retiram direitos do trabalhador”, disse Jorge Emílio.
Desde 2016, o Sindipol/ES está acompanhando os debates e participando ativamente das manifestações nacionais contra a Proposta de Emenda à Constituição de Reforma da Previdência. O Sindipol é contra a PEC 287/2016 e também não concorda com a Reforma Trabalhista e com a Lei de Terceirização. O Sindipol entende que, se aprovadas, as propostas do governo Michel Temer trarão sérios prejuízos aos trabalhadores brasileiros.