A Vara de Execuções Penais de Vila Velha vai receber a qualquer momento pedido da defesa do ex-policial civil e empresário do ramo de mármore e granito Claudio Luiz Andrade Baptista, o Calu, que está preso desde o dia 22 deste mês depois que teve condenação de 10 anos por crime de extorsão transitada em julgada, para que ele cumpra a pena na Delegacia de Vila Velha, onde, tradicionalmente, ficam detidos somente policiais civis acusados de crimes.
Calu foi expulso da Polícia Civil há pelo menos 30 anos. Não tem, em tese, mais nenhuma vinculação com a instituição. A defesa vai alegar que o apenado estaria correndo risco de morte num presídio comum. Calu, entretanto, tem diploma de curso superior – é Bacharel em Direito. Como tal, tem direito a cela especial, algo que é devidamente garantido pelo sistema prisional do Espírito Santo. A Administração da Polícia Civil discorda totalmente de que Calu seja transferido para a DP de Vila Velha, conhecida como Alpha 10.
Em 2015, Calu foi julgado e absolvido pela acusação de ser um dos mandantes do assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, crime ocorrido em 24 de março de 2003. Ele aguarda julgamento de recurso do Ministério Público Estadual, que discorda da absolvição.
O crime que levou Calu a prisão ocorreu em 1990. De acordo com a sentença condenatória assinada pela juíza Maria Cristina de Souza Ferreira, Calu contou com o apoio, à época, de um agente de presídio, de um soldado da PM, e um outro colega ex-policial civil.
Na ocasião, segundo a sentença, eles sequestraram no Aeroporto de Vitória o comerciante mineiro João Francisco Rufolo Neto, que possuía uma casa em Itaoca, Itapemirim, Região Sul. Utilizaram contra o comerciante acusações de estelionato e um mandado de prisão de Minas Gerais.
De acordo com os autos, Calu e os demais parceiros teriam sequestrado e extorquido a vítima. Com o uso de arma de fogo e privando o comerciante de liberdade, dele levaram 100 mil cruzeiros, moeda da época, jóias e um gravador. Objetos, segundo a sentença, que foram encontrados com Calu. Na época, Calu já tinha sido expulso da Polícia Civil. Por isso, para “prender” João Francisco, ele teria usado, segundo o processo, uma Carteira Funcional falsa da Polícia Civil do Estado do Espírito Santo.
(Foto: A Gazeta)