“A união é a formula do sucesso. Só depois que a categoria decidiu se unir em torno do Sindicato é que conseguimos dobrar os nossos salários”. Em apenas duas frases o presidente do Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil do Estado do Amazonas (Sinpol-AM), Moacir Maia de Freitas, contou como a categoria amazonense conseguiu essa vitória tão extraordinária.
Em uma passagem pelo Espírito Santo para prestar apoio e solidariedade ao investigador amazonense preso, após efetuar disparos dentro de uma boate, em Guarapari, para se defender de um grupo de agressores, ele visitou o Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo, no Centro de Vitória, onde foi recebido pelo presidente da entidade capixaba, Jorge Emílio Leal.
Moacir contou que no ano de 2011 os policiais do Amazonas recebiam um dos piores salários do País. Os escrivães e investigadores recebiam R$ 2.600,00, enquanto peritos ganhavam R$ 4.200,00 e os delegados, R$ 6.700,00.
Moacir de Freitas assumiu a presidência do Sindicato com “a missão de reverter esse quadro tenebroso”. Ele convocou toda a categoria para entrar na luta por aumento salarial:
“Quando eu digo toda a categoria, é toda a categoria mesmo. Estavam no mesmo barco todos os profissionais: investigadores, peritos, delegados, escrivães, médicos-legistas. Lá no Amazonas acabamos com essa divisão de delegado querer ir para um lado e investigador querer ir para o outro. Somos todos policiais civis dentro de uma única instituição, que é a Polícia Judiciária, cujos integrantes são da chamada carreira policial, assim como os fiscais são da carreira fiscal e os juízes e promotores de Justiça são da carreira jurídica, simples assim”, ensina Moacir de Freiras.
Com o fim da divisão entre cargos, “que só levava a categoria para o buraco”. Segundo o dirigente classista, o Sinpol do Amazonas conseguiu dar o primeiro passo que foi a aprovação do projeto com funções gratificadas dentro da Polícia Civil. Foram criados, por exemplo, funções como: chefia de Cartório, chefia de Investigação e gerente de Atendimento (pessoa responsável pelos atendentes das delegacias e repartições que prestam atendimento a população).
“Antes não tínhamos um responsável pelo setor. A criação dessas funções gratificadas ajudou na organização do trabalho e melhorou o rendimento de alguns policiais”, informa Moacir de Freitas.
A segunda grande vitória conseguida pelo sindicato unido foi a gratificação por formação acadêmica. O policial que possuía diploma em pós-graduação, mestrado e doutorado passou a receber um adicional no salário. Pós-graduação representa 25%, mestrado 30% e doutorado 35% a mais garantido no salário.
“Esse foi um projeto importantíssimo que conseguimos aprovar no governo. Ele se assemelha ao mesmo dado a professores. O resultado é bom para o policial que quer ter aumento de salário e ótimo para o Estado que passa a ter um servidor mais capacitado para prestar um trabalho mais qualificado”, ressaltou Moacir de Freitas.
A terceira grande conquista da categoria amazonense foi o aumento salarial programado. O sindicato, depois de muita luta e pressão, conseguiu que o governo do Amazonas aprovasse uma lei que prevê aumento salarial programado até o ano de 2019. Hoje o salário dos policiais civis do Amazonas comparado ao ano de 2011 aumentou mais de 170%.
Veja os valores:
(2015)
– Escrivães e investigadores – R$ 6 mil
– Peritos – R$ 6.100,00
– Delegados – R$ 10 mil
Lembrando que esses valores citados acima podem ser maiores devido a gratificação por formação acadêmica que aumenta o salário em até 35%. Pela lei estadual que criou o aumento programado, o salário dos policiais civis vai duplicar em 2019 em relação ao valor pago hoje.
Veja como vai ficar:
(2019)
– Escrivães e investigadores – R$ 13 mil
– Peritos – R$ 14.300,00
– Delegados – R$ 20 mil
“Conseguir o que a nossa categoria conseguiu no Amazonas não foi fácil. Tivemos muitas lutas e embates contra o governo. Graças a nossa união, que se deu entre todos os cargos, desde investigadores, peritos, delegados etc., conseguimos avançar positivamente e esse resultado vai render frutos até 2019. Nossa força fez com que o governo ampliasse a folha de pagamento que era orçada e, R$ 140 milhões para R$ 350 milhões”, declarou o presidente do Sinpol-AM.
(Texto e fotos: Site do Sindipol/ES)