Os vereadores José Cipriano Merçon (PRP) e Romar Azevedo Mendes (PP), de Alegre, onde está sediado o 3º Batalhão da Polícia Militar do Espírito Santo, região Sul do Estado – unidade que serviu de berço para a Polícia Interativa –, por quase 20 anos vestiram a farda da corporação. Foi esta corporação que transformou Merçon e Romar em cabos. Foi esta mesma PMES que os ajudou a sustentar suas famílias e os transformou em políticos.
Hoje, os cabos da reserva remunerada da PMES Merçon e Romar exercem mandado de vereador. Retiraram a farda da briosa do corpo e se vestiram a de políticos. Logo aprenderam a principal arte dos políticos: a ingratidão, muito comum no meio. Agora, os cabos Merçon e Romar utilizam as sessões da Câmara Municipal de Alegre para esculachar a Polícia Militar, a mesma que paga seus salários mensais como militares da reserva.
A situação está causando revolta em toda a tropa – praças e oficiais – lotada no 3º BPM. Chegou ao ponto de um grupo de militares ter ido a uma das sessões da Câmara Municipal protestar, mas de forma silenciosa. Os policiais foram ao Legislativo vestidos de roupa branca. Ficaram em silêncio durante toda a sessão e na hora dos discursos destemperados dos vereadores Merçon e Romar, até então seus colegas de farda. Foram orientados pelo Comando a sequer tirar fotos.
Os vereadores José Cipriano Merçon e Romar Mendes estão esculachando a Polícia Militar por conta de blitz de trânsito que a corporação realiza no município de Alegre. Esquecem, entretanto, que é graças às operações policiais que a PM conseguiu reduzir não só os índices de acidentes na região, como outros tipos de delitos, como os crimes contra a vida. Em 2013, foram registrados quatro homicídios em Alegre, contra um em 2014. Em todos os oito municípios de abrangência do 3º BPM, foram 15 assassinatos em 2013 e sete este ano. Além de Alegre, são de responsabilidade do 3º Batalhão: Guaçuí, Dores do Rio Preso, Bom Jesus do Norte, Apiacá, São José do Calçado, Divino São Lourenço e Jerônimo Monteiro.
Os dois vereadores estão criticando veementemente as operações de blitz do 3º BPM, ameaçando envidar esforços no intuito de acabar com as operações e até mesmo com o Batalhão em Alegre. Em contrapartida, a PM está trabalhando. Houve uma diferença bem expressiva em relação ao índice de homicídios que chegou a uma redução de 53%, seguida do índice de tráfico de drogas que chegou a 20%.
Cabo Romar diz que Polícia Militar faz “terrorismo” e defende fechamento do Batalhão de Alegre
Os dois vereadores José Cipriano Merçon e Romar Azevedo Mendes vêm se revezando nas sessões para criticar e atacar o Comando da Polícia Militar em Alegre. Na sessão do dia 11 de novembro, o cabo Romar tachou de “terrorismo” as ações da polícia na cidade e defendeu o fechamento do 3º BPM:
“Não adianta passar a mão na cabeça dessa gente. O que estão fazendo no Alegre é terrorismo. Se depender de mim, assino mil ofícios para acabar com o esse Batalhão (de Alegre). Para quê esse Batalhão, se só temos polícia na sede do município?” disparou o cabo-vereador Romar.
Já o cabo-vereador Merçon falou por mais de 15 minutos em que questionou a realização de blitz de trânsito: “Vamos entrar em polêmica novamente. Já denunciamos essa covardia (blity). Já fizemos pronunciamento solidário às pessoas alvo de blitz. Por que tem policiais atuando em blitz e não na saída de bancos ou na rodoviária. Numa blitz recente, eles (policias) apreenderam um veículo e o trabalhador teve que ir a pé para casa. Blitz tem que ser justificada. Temos que defender o que está acontecendo em Alegre”.
Realização de blitz reduz violência no âmbito do 3º Batalhão
É relevante a redução no número de vítimas fatais e ocorrências de furtos/roubos que chegaram a uma queda de 9%. Houve um aumento de 29% no número de ocorrência de posse/uso de drogas devido ao aumento efetivo de abordagem a veículos e pessoas durante as operações e com as pessoas são encontradas pequenas quantidades de entorpecentes que costumam manter para uso pessoal. Essas ocorrências só são possíveis quando há denúncia ou quando o Agente Policial percebe que a pessoa está em “Fundada Suspeita” e a aborda efetuando a busca pessoal ou veicular, no caso de abordagem a veículos.
Com operações de blitz muita coisa ilegal está deixando de entrar na cidade, além do mais o tráfico e a quantidade de entorpecente em Alegre foi reduzido consideravelmente. Ocorreram muitas apreensões de veículos irregulares, carteiras cassadas e/ou irregulares, desabilitados, menores conduzindo veículos automotores. Um aumento bem significativo no número de ocorrências de trânsito que possível porque agora o 3º BPM conta com uma equipe exclusiva para tal finalidade, o que antes não era possível devido à falta de efetivo.
A sociedade precisa enxergar as estatísticas e apreciar os aspectos positivos que superam drasticamente os negativos causados pelos transtornos das operações de blitz que, pelos números, pode-se perceber, tem trazido grandes vantagens à segurança dos cidadãos residentes em qualquer um dos oito municípios de competência do 3ºBPM.
A falta de conhecimento de alguns políticos não pode afetar o trabalho da PM que se desdobra sempre em favor da lei, principalmente em cumprimento da função principal que é a prevenção, sendo esse sistema de policiamento o caminho mais efetivo para a prevenção de qualquer ato ilegal ou pessoas que desejam ingressar na cidade para praticar crimes como assalto, roubos, furtos ou tráfico.