A Polícia Civil do Espírito Santo acaba de expulsar de seus quadros o agente de Polícia Mário Henrique dos Santos Bello, acusado de matar com tiros de pistola um motoboy, na porta de uma boate, em Coqueiral de Itaparica, Vila Velha, há pouco menos de dois anos. A expulsão foi decidida, à unanimidade, pelos delegados que compõem o Conselho Especial de Polícia Civil.
Mário Bello encontra-se preso desde o dia do crime, ocorrido em 29 de agosto de 2011. Ele confessou o crime, alegando que atirou no rapaz durante uma briga na porta da boate. O jovem, na verdade, foi assassinado quando tentava separar uma briga envolvendo um amigo. De acordo com a polícia, a briga começou ao lado do estabelecimento, quando as atividades já estavam encerradas.
Diferente de como age a Polícia Militar do Espírito Santo – que relata todos os detalhes de uma sindicância, Processo Administrativo ou Inquérito Policial Militar, publicando, inclusive, depoimentos de vítimas, testemunhas e acusados –, no ato que determina a expulsão do agente de Polícia Mário Bello, o Conselho Especial da PCES não informa que crime ele cometeu. Justifica apenas que o agente cometeu transgressões disciplinares, como se o fato (assassinato de um jovem) que provocou tais transgressões fosse menos importante.
Entre as transgressões atribuídas a Mário Bello, ao matar o jovem motoboy ele deixou de cumprir na esfera de suas atribuições leis e regulamentos; praticou ato que importe em escândalo ou que concorra para comprometer a instituição ou função policial; portou-se sem compostura em lugar público; e eximiu-se, por displicência ou covardia, dos preceitos do Código de Ética Policial.