A imagem é forte: um policial militar preso, com as mãos para trás e algemadas. Do outro lado das grades, a família assiste à cena de cabeça baixa. A Polícia Militar do Rio de Janeiro começou na sexta-feira (06/01) a espalhar cartazes pelos 39 quartéis da corporação do Estado, com essa foto e a pergunta: “Você quer ser herói ou vergonha de sua família?”. As informações são da Agência Globo.
Segundo o comandante-geral da PMRJ, coronel Erir Ribeiro da Costa Filho, a finalidade da mensagem é justamente mexer com os brios dos PMs.
“Eu pedi o apoio da Assinap (Associação dos Ativos, Inativos e Pensionistas das Polícias Militares e do Corpo de Bombeiros), com o objetivo de ajudar a transformar a mentalidade de policiais que tenham a tendência de se envolver em desvios de conduta. Esta é uma campanha educativa e principalmente de prevenção. É uma imagem forte, mas é necessário mostrá-la”, disse o comandante.
A ideia do cartaz foi da Assinap e foi aceita de imediato pelo coronel Costa Filho, selando inclusive uma parceria inédita com um objetivo comum: evitar os desvios de conduta. O atual comandante-geral, tido como linha-dura, é reconhecido por ser implacável com PMs que manchem o nome da corporação. É dele a frase: “Ser digno vem de berço. Não se aprende na academia”.
No entanto, o comandante-geral, que tomou posse em setembro do ano passado, vem apostando na melhora do currículo para a formação de policiais.
O cartaz é assinado pela Polícia Militar e pela Assinap. O presidente da associação, Miguel Cordeiro, foi procurado pelo GLOBO, mas não respondeu às ligações.
O realismo da imagem leva as pessoas a acreditarem se tratar de um caso verídico, mas as pessoas que aparecem no cartaz são atores. O número de policiais militares expulsos da corporação fluminense ao longo dos anos mostra que o assunto do cartaz não está longe da realidade da tropa. Em 2010, por exemplo, 86 PMs foram excluídos. De janeiro a 8 de dezembro do ano passado, a instituição contabilizou 143 casos.
Na sexta-feira, o primeiro cartaz foi colado na entrada no QG da Polícia Militar, na Rua Evaristo da Veiga, no Centro, onde circulam centenas de pessoas diariamente. Também começaram a ser colados cartazes na Corregedoria Interna da PM, em São Gonçalo, responsável por apurar desvios de conduta dos integrantes da corporação.
Não é a primeira vez que a PM do Rio tenta combater os crimes cometidos por policiais. Em julho de 2010, a corporação criou o Programa de Prevenção ao Desvio de Conduta Policial Militar (PPDC), que virou matéria obrigatória nos cursos de formação de praças e oficiais.
Até uma peça de teatro, “O preço de uma escolha”, foi montada para alertar a tropa a ficar longe das tentações, mostrando que, além da exclusão da corporação, o mau policial perde a dignidade e expõe a família ao vexame.
(Com informações da Agência Globo. Foto: Pablo Jacob/O Globo)
Nota do blogueiro: o exemplo da Polícia Militar do Rio deveria ser espalhado para todo o Brasil. Deveria atingir não só as Polícias Militares, mas também as Polícias Civil e Federal. Deveria não só atingir as policiais brasileiras, mas, sobretudo, à classe política. É nela, conforme demonstram investigações policiais e do Ministério Público, onde estão instalados os maiores focos de corrupção. Já está provado que, no Brasil, a corrupção vem de cima. Vide a demissão de seis ministros do governo Dilma Rousseff, que perderam os cargos por suspeita de corrupção, com menos de um ano da presidente petista no poder. Vale ressaltar. todavia, que o sétimo ministro que saiu do governo (Nelson Jobim) deixou o cargo não por corrupção, e sim por discordar da presidente petista. Nelson Jobim jamais se envolveu em corrupção e comandava justamente as Forças Armadas: era o ministro da Defesa.