Por duas vezes nesta quarta-feira (14/12), o governador Renato Casagrande (PSB) defendeu a integração das polícias Civil e Militar. Ele ressaltou também a importância do melhor aproveitamento dos policiais em operações nas ruas, em vez de colocá-los para atuar nos serviços burocráticos das instituições.
A primeira defesa de Casagrande em favor da integração foi feita pela manhã, no Palácio Anchieta, quando ele assinou o termo de posse dos 312 investigadores e dos 135 agentes da Polícia Civil. A segunda defesa foi à noite, na formatura de mais 652 soldados da Polícia Militar, em solenidade no Ginásio Álvares Cabral.
“A integração policial é muito importante e necessária para que possamos atender melhor nosso cliente, que é a população capixaba. Já estamos discutindo uma corregedoria integrada para as polícias Militar e Civil e do Corpo de Bombeiros”, lembrou o governador.
Ao falar novamente da integração, ele citou os principais pilares de sustentação do Programa Estado Presente. Frisou que um dos pilares é a operação policial, que precisa ser realizada de forma integrada e com inteligência. Arrancou aplausos novamente quando garantiu que não pode aceitar que policiais civis e militares, treinados para combater a criminalidade, deixem de ir para a rua para ficar sentados em gabinetes fazendo serviços administrativos:
“Esse é um trabalho (serviço administrativo) que deve ser feito por outros profissionais”, defendeu Renato Casagrande.
Pela manhã, o governador também garantiu aos novos policiais civis que seu governo não vai tolerar desvio de condutas de quaisquer servidores, ao dizer que os profissionais que estão tomando posse têm pela frente os maiores desafios de suas vidas, que é o de combater à criminalidade:
“Vocês estão sendo convidados a enfrentar um desafio durante todo o restante da vida de vocês. É um desafio que começa hoje, mas não vai parar nunca, porque o crime não pára. O crime acontece por inúmeras razões. O crime, às vezes, está na carga genética, mas só não pode estar é dentro das polícias. Garanto aqui o seguinte: com a mesma alegria que estou dando posse a vocês (investigadores e agentes de Polícia), também não hesitarei em tomar decisões na hora de punir policial que venha a cometer crimes”.
Renato Casagrande disse reconhecer os investimentos que o governo passado, de Paulo Hartung, fez para melhorar, modernizar e moralizar o sistema prisional capixaba. Afirmou que reconhece também a reorganização administrativa que o governo passado deu à máquina pública, mas ponderou que “avançamos com as conquistas possibilitadas agora com o Programa Estado Presente”.
E frisou que seu governo vai atuar sempre para recompor os quadros das polícias Civil e Militar:
“Este é um trabalho de recomposição do efetivo da segurança pública do nosso Estado para atender às demandas da população capixaba. Enquanto tivermos na sociedade uma vida sendo perdida por causa da violência, não podemos comemorar. A redução de 8,2% no número de homicídios no período de 1º de janeiro até 30 de novembro de 2011, comparado com o mesmo período de 2010, aponta que o trabalho deste governo, de valorização da polícia, de recomposição do efetivo, de investimentos em equipamentos e modernização tecnológica deve continuar, com o Programa Estado Presente”, disse o governador.
Casagrande salientou que os novos policiais têm o desafio permanente de lutar pela redução dos homicídios, em trabalho integrado com os demais órgãos da administração.
“Outros estados conseguiram sucesso no combate à criminalidade apostando durante anos em programas como o Estado Presente, de combate à violência. E esperamos que esta seja uma iniciativa do Espírito Santo, e não somente desta gestão, para que possamos construir um futuro melhor de igualdade e paz para os capixabas”, disse.
À noite, na formatura da PM, Renato Casagrande falou da necessidade dos novos soldados continuarem estudando, “porque o governo está investindo na tecnologia” para as polícias. Dirigiu mensagem aos familiares dos soldados, que lotaram o Ginásio do Álvares Cabral:
“A preservação dos valores familiares é importante nessa luta contra a violência. Nós dependemos muito do amor, da ética e da unidade familiar”, destacou o governador. Ao final da cerimônia, o governador confirmou que todo ano vai abrir concurso para contratação de novos soldados para a PM.
Logo no início de seu discurso, Casagrande agradeceu à presença do deputado estadual Josias Da Vitória, único parlamentar a assistir à cerimônia de formatura dos novos soldados. Da Vitória já havia estado presente também no Palácio Anchieta, na posse dos investigadores e agentes de polícia.
JOEL LYRIO E HERKENHOFF TAMBÉM DEFENDEM A INTEGRAÇÃO DAS POLÍCIAS
Em seu discurso na posse dos novos investigadores e agentes de polícia, o chefe de Polícia Civil, delegado Joel Lyrio Júnior, frisou que a instituição está vivendo um momento histórico:
“Nosso Quadro Organizacional é de 1990, sem que cargos fossem preenchidos. Em poucos meses deste atual governo, já estão sendo nomeados mais de 450 policiais civis. Não me recordo de tão grande nomeação para os quadros da Polícia Civil é um só momento”, destacou Joel Lyrio.
O chefe de Polícia agradeceu ao governador Casagrande, afirmando que “segurança pública no Espírito Santo tem nome; tem o nome e a marca do governador Renato Casagrande. Tenho privilégio de participar desta equipe de governo”.
Joel Lyrio também defendeu a integração das polícias: “Reafirmo aqui que não temos como fugir do processo de integração das polícias entre si e com outros órgãos de segurança pública do Estado”. Por fim, ele dirigiu outra mensagem aos novos investigadores, que há 18 anos estavam lutando na Justiça e com outros governantes capixabas pela nomeação, fato que só aconteceu agora com Renato Casagrande:
“Que a persistência e perseverança de vocês sirvam de reflexo para a Polícia Civil ajudar a reduzir a violência no Estado”.
Em seu discurso, o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Henrique Herkenhoff, ressaltou também a necessidade de integração das polícias Civil e Militar juntamente com outras forças operacionais. “Essa aliança entre as policiais só favorece a população, a parte mais interessada na diminuição da violência”, destacou o secretário.
Herkenhoff mandou uma mensagem aos dirigentes das duas polícias e aos novos investigadores e agentes de polícia, afirmando que eles devem satisfação aos públicos externo – que é a população em geral – e ao interno:
“Precisamos ter sempre em mente a necessidade de integração com a PM, que é o cliente interno da Polícia Civil. E o cliente interno também sempre tem razão”, afirmou Henrique Herkenhoff.
À noite, no Álvares Cabral, em sua mensagem aos novos soldados da PM, o secretário da Segurança contou uma história dos antigos exércitos gregos, para mostrar aos jovens policiais militares que eles não precisam ter vergonha da derrota:
“Não existe vergonha na derrota; só existe vergonha é na covardia”, disse, arrancando aplausos das mais de 5 mil pessoas presentes nas arquibancadas do ginásio.
O secretário de Gestão e Recursos Humanos, Heráclito Amâncio Pereira Júnior, saudou os novos policiais civis: “Essa energia positiva que sentimos com o salão (do Palácio Anchieta) repleto de novos policiais significa, também, energia nova para o Estado e para a segurança pública”.